Enchentes

Rio Grande ainda tem ruas alagadas

Município tenta retomar atividades e contabilizar perdas após enchentes

Rosélia Falcão/Pref Rio Grande - DP - Lagoa está mais recuada, mas dependendo do vento, algumas ruas voltam a ficar alagadas

Ainda com água em algumas ruas e estradas, as prefeituras de Rio Grande e São Lourenço do Sul começam a contabilizar os prejuízos com a cheia da Lagoa dos Patos. Nos próximos dias ambas as cidades devem começar a apresentar os projetos e valores dos financiamentos, que devem chegar a casa dos milhões de reais. "Estamos contando os prazos legais para envio à Defesa Civil. Estamos fazendo projetos de recuperação, reconstrução e vamos apresentar projeto de prevenção, mas ainda não tenho esse dado (valor em recursos) fechado", diz o prefeito rio-grandino, Fábio Brando (MDB).

Na tarde desta segunda-feira (3), a água da Lagoa dos Patos estava a pouco menos de 1,90 metros, ou seja, abaixo do nível do cais, no centro histórico de Rio Grande. Apesar desse marco significativo, o prefeito ainda vê a situação com muita cautela. "As condições melhoraram bastante nos últimos dias, hoje, tivemos um sol bonito, água mais tranquila, mas ainda não estamos tranquilos totalmente. Temos alguns sobe e desce, conforme o vento. No domingo (2), com o vento sul, deu uma pequena subida. A gente sabe que vai levar alguns dias, talvez uns sete dias, para voltar à normalidade", comentou Branco.

Apesar do recuo do nível da lagoa, a cidade ainda tem ruas alagadas, em função do vento sul que represou as águas do Saco da Mangueira e do canal de São José do Norte. "Mas bem abaixo do que tivemos anteriormente. Há umas semanas atrás, toda vez que subia, ela baixava menos do que estava no início. Agora estamos num fluxo inverso. Ela sobe um pouquinho, volta menos do que estava antes, por isso que digo que as coisas estão melhorando."

Ontem, foi dia de retomar as aulas nas escolas municipais, com exceção das Ilhas dos Marinheiros e Torotama, que continuam sem acesso. Ainda dentro do retorno à normalidade, desde ontem, o transporte coletivo de passageiros retomou a sua tabela de horários normais e atualizados.

Locais isolados

Um dos maiores problemas do município está no interior, com muitas estradas destruídas isolando localidades. "Tem que baixar a água para a gente chegar nelas e para saber o prejuízo que tivemos. Aqui na cidade foram mais pessoas impactadas e o comércio, então estamos levantando para poder quantificar tudo isso."

No interior do Município, entre as localidades que estão isoladas está a Ilha dos Marinheiros, que teve a ponte de ligação com o continente interditada. "Foi feito um laudo e uma recomendação de interdição, até que a água baixe e se possa fazer de fato uma análise mais profunda", comenta o prefeito.

Outros locais isolados são: Arraial até a Torotama, Quinta até a Ilha dos Marinheiros e banhado Silveira. "Na verdade, fora o pessoal do Capão Seco e banhado do Vieira, que agora que agravou com a subida do São Gonçalo, as outras localidades estão há quase 30 dias sem comunicação via terrestre", lembra. A Prefeitura tem chegado a estes locais, levando suprimentos e remédios, por meio de embarcações.

Recolhimento do lixo

Nesta retomada, o Município enfrentou problemas com o recolhimento do entulho retirado das residências atingidas pelas cheias. De acordo com Fábio Branco, a empresa terceirizada que faz o recolhimento do lixo domiciliar estava com dificuldades em cumprir essa função. "Estamos fazendo a troca da empresa e tivemos esse problema agravado com esse momento em que as pessoas estão voltando para suas casas e colocando o lixo na rua. Por isso estamos ampliando a força de trabalho, mas isso está dentro do nosso cronograma." Segundo Branco, foi autorizada, na semana passada, a contratação de maquinário, caminhões e pessoas para auxiliar na remoção do descarte.

O Município tem um ponto de recolhimento deste tipo de entulho na frente da refinaria Riograndense, entretanto muitos dos atingidos pelas cheias, estão deixando os pertences descartados sobre as calçadas. Segundo o prefeito, isso não é problema, porque esse material será recolhido.


Benefícios sociais

Até o momento, Rio Grande tem mais de 30 mil famílias registradas nos programas Auxílio Reconstrução e Volta por Cima. Desse total, 27.444 famílias estão cadastradas no programa Auxílio Reconstrução, que oferece um apoio financeiro de R$ 5,1 mil, pago em uma única parcela pelo Governo Federal. Além disso, 4.525 famílias estão registradas no programa Volta por Cima, do governo estadual.

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