Cenário

A educação pública na rua

Com problemas estruturais no prédio, Escola Estadual Professora Ondina Cunha atende pais de alunos na calçada

Carlos Queiroz -

Classes e cadeiras na rua. Esse era o cenário na frente da Escola Estadual de Ensino Fundamental Ondina Cunha, em Pelotas. Com o prédio condenado desde o ano passado, funcionários e professores precisam utilizar a calçada para atender os pais dos alunos que deslocam-se até o educandário para retirar as atividades programadas, pois não tem acesso à internet. A 5ª Coordenadoria Regional de Educação (5ª CRE) diz que a documentação para alugar o novo prédio já está no último estágio, que é a formulação do contrato.

O ano de 2019 acabou com boas notícias para a comunidade escolar da Ondina Cunha. Depois de meses realocados no colégio João XXIII e apreensivos com a notícia da condenação do prédio, um novo local foi encontrado, localizado na Gonçalves Chaves esquina Voluntários da Pátria. Porém, a realidade, até então, é um pouco diferente. Com o início da pandemia do novo coronavírus, em março, professores e equipe diretiva precisaram voltar à escola para entregar as tarefas já que cerca de cem, dos 200 alunos não tem como acessar as atividades online. “Vamos seguir colocando todo mundo em risco?”, questionou a diretora Cláudia Ferreira.

Os problemas do local são visíveis. Rachaduras, forro caindo, rede elétrica comprometida e até um vazamento no gás. Na esperança de se mudarem o mais rápido possível, muitos dos materiais já estão até encaixotados. A professora do 5º ano, Andréia Haudt mantém o contato com os alunos via whatsapp. “Envio o material, eles fazem e mandam de volta, mas muitos não tem essa ferramenta”, completou. Outro ponto destacado pela docente é a incerteza, já que os pais perguntam quando haverá a mudança e para onde os filhos irão quando tudo retornar. “Não temos respostas”, disse.

As primeiras tarefas chegaram a ser entregues na primeira peça do prédio, porém com o risco eminente a equipe decidiu que a partir de agora será na calçada. “Como vamos receber um pai aqui se pode cair um pedaço de forro na cabeça dele?”, indagou Andréia. Graziele Soares é mãe da Diuly e toda vez vai até a escola buscar as atividades da filha. Ela relata que a família tem acesso à rede, porém não tem onde imprimir as atividades para que a estudante de 11 anos possa realizá-las. Com dúvidas, a mãe desabafa: “Estava tudo certo e agora a gente não sabe de mais nada”.

O que diz a 5ª CRE?

A titular da 5ª CRE, Alice Maria Szezepanski garante que toda documentação que efetivará a o aluguel do novo prédio está no último estágio. Isso significa que está no Cage - setor responsável pela elaboração de contratos da Secretaria da Educação (Seduc). “Depois disso o secretário assina e está liberado”, explicou. A coordenadora relatou que uma série de fatores atrasaram o processo, como cartórios fechados nas férias, documentos que perderam a validade e precisaram ser renovados e até a elaboração de laudos para comprovar que o prédio poderia sediar uma escola. “Mas agora já entregamos todos os documentos”, completou. Sobre prazos, Alice disse que acredita que até o final da próxima semana esteja tudo liberado para efetivar o aluguel.

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