O transporte coletivo municipal ainda vêm se adaptando à nova realidade imposta pela pandemia da Covid-19. Nessa semana, nove linhas tiveram os horários ampliados, para atenderem os usuários e trabalhadores do Shopping Pelotas. Funcionando com 40% dos horários normais e 30% dos passageiros, a oferta vêm cumprindo com a demanda, de acordo com o titular da Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) do município, a partir da adoção de reforço de veículos, quando necessário. A queda na arrecadação preocupa as empresas do Consórcio de Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP).

O secretário da STT, Flávio Al Alam, explica que há um monitoramento efetuado diariamente a partir dos números disponibilizados pela bilhetagem eletrônica. Com isso, conta, é possível obter o número de passageiros em cada ônibus e analisar a possibilidade de ampliação de horários, de modo a atender a demanda e a capacidade estabelecida em cada veículo prevista em decreto municipal, que é relativa à quantidade de assentos dos veículos e mais dez pessoas em pé. “Às vezes o sentimento de quem está dentro é de muita lotação, mas nós estamos cumprindo o que está dentro dos decretos”. afirma, destacando que a capacidade total vêm sendo preenchida somente em horários de pico, com poucos passageiros nos demais períodos.

Monitoramento também na zona rural

O monitoramento da bilhetagem, também é adotado no transporte rural. Um dos exemplos de alterações citado pelo secretário, em decorrência da estratégia, é o da linha Bachini, que a partir de sábado (6) terá horário ampliado aos sábados, com um veículo saindo às 9h30min de Monte Bonito e outro retornando às 12h20min da região central. “O que fizemos é a mesma coisa, nós olhamos a bilhetagem em todas as linhas e avaliamos o que é preciso colocar de reforço”. No transporte rural, que chegava a transportar uma média de 3,4 mil pessoas por dia, houve redução para 500 pessoas em maio. Desde a semana passada foi registrado um leve aumento, para 850 pessoas diárias.

Queda de 70% no número de passageiros

Conforme Al Alam, o número de passageiros nos ônibus ainda é baixo. Antes da pandemia, média de cem mil usuários utilizavam o transporte coletivo no município. Ao final de março o número passou a ser de 15 a 17 mil pessoas, o que demandou a redução de horários de circulação. A partir de abril, com a reabertura do comércio, o número de usuários aumentou para cerca de 25 mil pessoas diariamente e desde a semana passada conta com uma em média de 30 mil nas 32 linhas que circulam pelo município. “Entendemos que estamos contendo o que a população precisa”, disse. O número de viagens também teve redução, passando de 3,6 mil para 1.254 por dia. Os horários atualizados dos transportes podem ser consultados a partir do site http://www.pratipelotas.com.br/horarios e do aplicativo Cittamobi para smartphones.

Redução causa dificuldades no setor

“Os prejuízos são imensuráveis, e não sabemos quanto tempo ainda poderemos suportar”, relata Enoc Guimarães, secretário executivo do Consórcio de Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP). Com a redução no número de usuários, a queda da arrecadação das empresas no período entre dezembro e maio foi de cerca de R$ 17 milhões do valor que havia sido projetado. No momento, Guimarães afirma que a prioridade está sendo o pagamento dos trabalhadores, que trabalham em jornadas reduzidas, mas que há grande número de pendências relativas ao pagamento de diesel. 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Pelotas, Claudiomiro Amaral, afirma que há uma preocupação grande com os funcionários do setor. “Nós estamos focados, tentando priorizar o emprego desse pessoal todo”, pontua, incluindo os trabalhadores do transporte de cargas. De acordo com ele, houve um baixo número de demissões até o momento, também devido à suspensões e reduções de contratos de trabalho. No entanto, há um temor quanto aos próximos meses.