Experiência
A pandemia, aqui e na Nova Zelândia
Guilherme Poletti, aluno da UFPel, faz intercâmbio em uma fazenda no outro lado do globo
Em um país onde as medidas de combate ao coronavírus são intensas, principalmente o distanciamento social, o aluno de Zootecnia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Guilherme Poletti, 21 anos, trabalha exaustivamente em uma fazenda de produção leiteira, na região de Waikato, próximo à cidade de Morrinsville na Nova Zelândia. Longe de cumprir quarentena, o jovem se conecta diariamente com a família, em São Valetim do Sul, e a preocupação gira em torno da saúde dos avós, com mais de 80 anos. É quando Guilherme se coloca diante da realidade da pandemia do coronavírus. O Brasil já passa dos 58 mil infectados e tem mais de quatro mil mortes, diferentemente do país onde vive momentaneamente. Até os vinte primeiros dias de abril, o governo notificou pouco mais de 1,4 mil casos e 12 mortes, de uma população de cinco milhões de pessoas.
Diferentemente de outros brasileiros na Europa ou Ásia, Guilherme não sofre com o isolamento social. Ele divide o espaço na fazenda com o proprietário do lugar e mais uma funcionária. “Trabalho na ordenha, alimentação das 720 vacas na pista, manejo de pastagens, controle de plantas daninhas nos piquetes, manutenção de cercas pela fazenda, de sistemas de cochos de água e de fertirrigação com os dejetos produzidos na fazenda utilizados nas pastagens”, relata. Por isso, ele espera que tudo passe logo e que a economia não sofra tanto abalos.
“A Nova Zelândia é uma referência mundial em produção de leite, setor que eu tenho contato desde criança, em casa, e na faculdade.” O exercício da língua inglesa 24 horas também o motivou ao intercâmbio. “Eu imagino que esse período aqui vai ser desafiador, e também muito enriquecedor.”
Disciplina
A cidade mais próxima da fazenda é Morrinsville, e fica a cerca de 20 quilômetros de distância. “Quando vamos ao centro, percebemos que as pessoas todas andam de máscaras. Aqui, as medidas adotadas são muito parecidas com as adotadas no Brasil, porém foram colocadas em prática gradativamente”, relata. Na Nova Zelândia, explica Guilherme, o risco é medido em níveis de segurança, de um a quatro. A medida em que os casos iam sendo confirmados, o nível aumentava. Quando chegou no último nível, tudo o que não é essencial parou. Isto aconteceu em 26 de março. Segundo o estudante, o agronegócio tem grande importância na economia do país, sendo assim, não parou. “Estamos vivendo um momento difícil, como em outros tempos já ocorreram pandemia, porém mais acentuado em virtude dessa maior conectividade que temos, notícias chegando, mais rápido e em maior volume. De fato é uma crise que tem tudo para ser uma das maiores da história”. Mas Guilherme é otimista e aposta um dias mais calmos.
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