Verão

A temporada de verão no Laranjal sob a ótica de quem frequenta

Veranistas, turistas e empreendedores da praia pedem mais atenção do Poder Público, com atrações e investimento no turismo local

Foto: Jô Folha - DP - Para os visitantes, a limpeza do local é um dos pontos altos

Quem alugou casa ou pousada na praia do Laranjal em janeiro deve estar perguntando para São Pedro quando vai firmar o tempo. Desde os primeiros dias do ano, apesar do sol entre nuvens, o vento forte tem deixado as temperaturas amenas e, somente corajosos encaram uma piscina. Na Lagoa, somente para quem pratica o kitesurf e windsurf. A boa notícia é que para este fim de semana está prevista a volta do calorão e, só no final de domingo pode ter pancadas de chuva. A outra boa nova é para quem circula dentro dos balneários Valverde e Santo Antônio, pois várias ruas receberam saibro e patrolamento, uma das promessas feita pela Prefeitura antes do início da temporada. Para quem investiu nas férias na orla, a impressão é que faltam atrações artísticas e culturais.

A servidora pública Cibele Noremberg, 42 e a mãe, Neli Noremberg, 77, há anos passam o mês de janeiro em uma cabana. Mesmo com o tempo fechado e ventoso que fazia na quinta-feira, elas foram para o calçadão tomar mate e aproveitaram a estrutura da Casa de Verão do Sesc, que no dia dava início a algumas atividades, com as aulas de dança. “Eu acho que falta mais shows, mais comércio, atrações no geral. Seria bom que tivessem mais caixas eletrônicos, uma vez que só temos duas opções aqui na praia”, observou Cibele. Neli diz que gosta da praia pela beleza do lugar, mas concorda com a filha. “A Prefeitura poderia investir mais no turismo desse lugar”, comentaram. Um fator positivo que chamou a atenção das duas é que elas chegaram logo após as festas de final de ano e a praia já estava toda limpa.

Em relação a esse serviço, a coordenação do Departamento de Resíduos Sólidos do Sanep constatou um aumento significativo na geração de resíduos nesta época do ano. Tanto que a coleta orgânica é feita também aos sábados no período de veraneio, passando de três para quatro dias de recolhimento. Um exemplo é que a coleta nos balneários durante os dois primeiros dias do ano superou as expectativas, a ponto de que se for feita projeção para o restante do mês, baseado nos dias 1º e 2, resultaria em mais de 400 toneladas de resíduos. Para efeitos de comparação, em novembro, mês que antecede o verão, foram coletadas 315 toneladas. O Ecoponto do Laranjal (rua Bom Jesus) tem a mesma influência, pois aumenta consideravelmente a quantidade de resíduos descartados no local, exigindo reforço redobrado na retirada dos materiais. Mesmo assim, é comum encontrar lixo jogado em terrenos baldios. Na esquina da rua Tapes com Camaquã foram descartados roupas, plásticos, restos de móveis em MDF e de obras, o que indiretamente pode afetar os canais de escoamento de água da chuva.

A autarquia está fazendo também a limpeza dos canais de macrodrenagem. Nesta semana, as equipes executam a manutenção nas estruturas da avenida Espírito Santo e da rua Vinte e Nove, no Laranjal. Já a limpeza de valetas fica a cargo da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura (SSUI). A reportagem pediu informações sobre o cronograma desse serviço e sobre a recuperação das ruas, mas até o fechamento, não teve retorno. Por um card divulgado pela Prefeitura, já foram patroladas as ruas Encantado, Veranópolis, Viamão, Esteio, avenida Senador Joaquim Assumpção, Rio Pardo, Canoas, Uruguaiana, Marau e Monte Negro, a maioria delas no balneário Valverde. Enquanto isso, no Santo Antônio, mais precisamente na rua Gravataí, entre São Gabriel e Vacaria, a cratera tem mais de 30 centímetros de profundidade. Um motociclista, que não quis se identificar, trabalha com cobrança e disse que não tinha visto ainda a cidade tão esburacada. “Minha área é o Laranja e Areal Fundos e realmente, tem ruas que não têm como circular em dia de chuva, como essa aqui (Gravataí), pois não temos visão de nada”, comentou.


Atrações
As atrações que Cibele está sentindo falta começaram nesta sexta-feira com uma série de atividades de esporte, lazer e cultura, integradas à Estação Verão do Sesc 2024, evento promovido juntamente com a Prefeitura de Pelotas. A Casa de Praia, no calçadão da avenida Doutor Antônio Augusto Assumpção Júnior, é o ponto de encontro. Neste sábado, às 8h30min, ocorre a Trilha Ecológica. Vai ter torneio de Bocha, nas modalidades mista, individual e em duplas e, no mesmo horário, aulão de Zumba. No domingo, é a vez de aula de pilates às 9h30min e de zumba às 17h, tudo na Estação Sesc.

Esses e outros eventos programados devem atrair mais turistas para a cidade, movimentando o comércio local, principalmente o setor de gastronomia. No final do ano, por exemplo, muitas pessoas de outras cidades que foram até o Do Nani, especializado em frutos do mar, não pouparam elogios à praia. “Eles adoram aqui (Laranjal), por causa da paisagem, como a sombra no calçadão e o trapiche que infelizmente está fechado”, disse a gerente Luana dos Santos Portantiolo. Irmã do proprietário, ela também tem visão de empreendedora e afirma que a família já tinha interesse em sair do Pontal da Barra, mas o movimento no local era muito bom. “Foi a interdição da estrada que os levaram a mudar definitivamente para a avenida da praia. Ficamos dois meses de portas fechadas, o que é impossível para manter os funcionários”, comentou. Agora, em um ponto estratégico, Luana espera que o Executivo invista mais no turismo do Laranjal, setor fundamental para os negócios.

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