Um processo iniciado há um mês e meio atrás teve um resultado positivo para um professor pelotense. Ele foi selecionado, dentre três mil concorrentes, para participar do grupo de escritores da revista Nova Escola que, em parceria com a Fundação Lemann e o Google, vai elaborar planos de aula que servirão como norte para professores da rede pública e privada do Brasil. Até o ano que vem, qualquer profissional terá acesso gratuito a seis mil planos de aula multimídia de todas as disciplinas. O objetivo é valorizar o trabalho realizado por professores e qualificar a educação.

Airton Munhoz é professor de História, formado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e dá aula há 14 anos. Antes mesmo de completar a graduação, já estava empregado e atuando na profissão que traria bons frutos até hoje. Começou a vida profissional como voluntário no Desafio Pré-Vestibular, curso destinado a pessoas de baixa renda. Já atuou em Pelotas e região, em cidades como São Lourenço do Sul, Porto Alegre e Rio Grande, e atualmente dá aula no Colégio São José. Quando o edital para fazer parte do grupo editorial de escritores da revista Nova Escola abriu, Airton logo se inscreveu. O processo seletivo consistia no envio de materiais e foi estruturado em quatro etapas, uma prova dissertativa e outra de múltipla escolha, a confecção de um planejamento e plano de aula e, por fim, uma entrevista. Ele conta que participou para testar seus conhecimentos e duvidava que passaria, já que havia muitos concorrentes.

Porém, na quarta-feira passada, foi convidado a participar de uma entrevista com um coordenador da área de História. Poucos dias depois, para sua surpresa, recebeu um e-mail da equipe responsável comunicando que ele havia sido aprovado. Dentre três mil inscritos, Airton foi um dos 54 professores selecionados. "Fiquei perplexo", confessa. Juntamente com um professor de Porto Alegre e uma de Lagoa Vermelha, é o único profissional de Pelotas. Em novembro, Airton e seu grupo viajarão para Itapeva, em Minas Gerais, com o intuito de realizar um treinamento para definir os parâmetros de confecção dos materiais. Até abril de 2019, 720 planos de aula de História para turmas do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental devem ser produzidos, alinhado às habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

A ideia é produzir materiais que sirvam para qualificar o Ensino, servindo como guia para os educadores da base. Airton vê nesse projeto uma forma de incentivar os professores. Ser selecionado dentre tantos participantes e ter seu trabalho reconhecido por uma plataforma que é referência nacional fez com que ele acreditasse mais em si mesmo e no que faz. Ele afirma que o Rio Grande do Sul, especialmente Pelotas, tem ótimas universidades e o estímulo aos profissionais deve continuar. É válido investir e persistir na educação: "A educação é a força motriz para poder modificar o quadro do país".

Sobre a revista
A revista Nova Escola é uma iniciativa da Fundação Victor Civita e existe desde março de 1986. 52% das escolas públicas e privadas do Brasil recebem a publicação, que tem como objetivo servir de canal de comunicação com os professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Além de professores, busca atingir diretores, orientadores educacionais e estudantes de pedagogia. Em 2015 foi criada a Associação Nova Escola, organização independente e sem fins lucrativos, mantida pela Fundação Lemann, instituição que há 15 anos trabalha para melhorar o ensino no país. A Nova Escola possui um site (https://novaescola.org.br/) e perfis oficias nas redes sociais.