Até o dia 31, o Outubro Rosa se dedica a disseminar informações sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, o mais comum entre mulheres no mundo inteiro. Todo ano, os olhos se voltam para a preocupação com a saúde feminina, garantindo o suporte emocional necessário para passar por esses momentos e um tratamento de qualidade. O câncer de ovário e de colo do útero também é tema tratado durante este período. Em Pelotas, uma das instituições responsáveis por essa assistência ainda sofre com a falta de médicos.

Há 65 anos, a Liga Feminina de Combate ao Câncer realiza exames de mama e do aparelho reprodutor feminino. Trabalhando com a ajuda de médicos voluntários, o serviço é destinado à população de baixa renda que não possui condições de pagar por uma consulta. A equipe é formada por três presidentes e duas funcionárias, mas apenas uma médica é responsável pelo atendimento. A procura, que já é grande, aumenta ainda mais no mês de outubro. Isabel Chevarria é auxiliar desde 2011 no local e vê o movimento crescer a cada ano. “A procura é principalmente para exame de mamas”, explica. 

Em 2014, a instituição contou com a ajuda do Mama Móvel, que encaminhava as pacientes à Santa Casa de Misericórdia de Pelotas. Infelizmente, o serviço teve fim. De acordo com Isabel, as mulheres buscam a Liga, pois sabem que vão ser bem atendidas lá. Mas as ligações não param: todo dia, entre três e quatro pessoas buscam atendimento. Com apenas uma profissional, cinco consultas são realizadas por semana às quintas-feiras, além de retornos de pacientes. A lista de espera é cheia, com mais de cem pessoas. 

A secretária Priscila Eslabão conta que muita gente ficou sabendo das ações da Liga após a última matéria divulgada no Diário Popular. “Ligaram bastante”, comemora. Doações foram feitas e novos sócios ingressaram. Em setembro, foi realizado um mutirão, que rendeu um grande número de pacientes atendidos. Como forma de conscientizar sobre o Outubro Rosa e mostrar a importância da realização do pré-câncer, a Liga promoverá um evento no dia 24, no Clube Caixeiral, com palestras de oncologistas e depoimentos de quem sofreu com a doença. 

Porém, grande parte da população ainda nem faz ideia que a Liga Feminina de Combate ao Câncer existe. Principalmente os profissionais da área da saúde. A instituição necessita de voluntários e da adesão da população para que o atendimento continue sendo de qualidade. Os médicos que desejam se voluntariar e entidades que desejam se associar devem entrar em contato pelo telefone (53) 3222-1888. Doações podem ser feitas no local, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h. A ajuda de todos é importante para que a saúde da mulher continue sendo priorizada, não apenas no mês de outubro.