Agricultura

Aberta oficialmente a colheita de pêssego em Pelotas

O prefeito em exercício Idemar Barz cortou a fita e logo pegou um cesto para coletar frutos

Flávio Neves -

Sob as bençãos do padre Armindo Luiz Capone e do reverendo Ubirajara Melo, o prefeito em execício de Pelotas, Idmar Barz e a corte da Festa do Pêssego, formada pela rainha Karolaine Schiller e princesa Adriana Radtke, deram início oficialmente à colheita da safra 2017/2018, que deve chegar a 50 mil toneladas. A estimativa, entretanto, é de que a queda seja de 30% a 40% em relação ao ano passado, devido à falta de frio e do excesso de chuva. A propriedade do casal Loiva e Marco Antônio Schiller, na Colônia Santa Áurea, no 7º Distrito, recebeu autoridades e técnicos da Embrapa, Emater e UFPel, além de produtores da região. No local, são cultivados sete hectares do produto que deve render 105 toneladas.

Com os pessegueiros ainda bem carregados do fruto tipo esmeralda, o prefeito, acompanhado do deputado estadual José Nunes (PT), ignorou a chuva e passou a encher os cestos. "O pêssego pode não ser a fruta mais lembrada, mas é a menos rejeitada e muito saudável", disse Barz. Já o deputado lembrou que a região está com uma cadeia produtiva bem organizada e que é preciso agora aperfeiçoar as políticas públicas em relação ao produto importado que concorre com o local.

Sempre ligado às questões da agricultura familiar, o padre Capone lembra que este foi um ano de perdas e que o mercado está difícil para o produtor. "Mas ano passa. Ano vem. A gente fica contente com pouco, mas quando tem muito, a gente fica contente também". Para o padre, os pequenos produtores, principalmente do 7º e 8º distritos de Pelotas, têm tradição no cultivo do pêssego e há uma relação melhor deles com as indústrias.

Direto para a indústria
O proprietário da área onde ocorreu a abertura da colheita, Marco Schiller, tem três áreas de cultivo de pêssego dos tipos esmeralda, bonão, maciel e sensação e estima uma safra de 170 toneladas que deve ser toda direcionada à indústria. "Já trabalhei com o in natura, mas a comercialização direta com o comprador é mais viável", admite.

Em Pelotas são 605 produtores de pêssego que aproveitam mais de três mil hectares de áreas plantada. "90% da produção é destinada para indústrias de Pelotas e Morro Redondo", conta o engenheiro agrônomo da Emater, Rodrigo Prestes. Ele diz acreditar que os agricultores consideram o mercado de mesa - para onde vão os 10% restantes - melhor que o dos outros anos.

Já o presidente da Associação dos Produtores de Pêssego, Mauro Rogério Scheunemann, discorda e aponta um mercado desfavorável para o produtor. Além das perdas que vão ultrapassar os 30% do estimado, o preço ofertado não agrada os agricultores. "O pêssego foi dividido em duas categorias: o tipo 1 (extra) e o tipo 2 (especial) e o mercado paga R$ 0,90 e R$ 0,70 pelo quilo respectivamente", revelou. Scheunemann explica que esse tipo de cultivo é complexo e necessita de investimentos e de tecnologia. Um exemplo citado por ele é na colheita, quando a fruta, logo que retirada do pé, precisa ir para um resfriador.

A quebra de safra
As intempéries foram o fator principal para a quebra de 30% a 40% - percentual ainda não fechado - da safra 2017/2018. O engenheiro agrônomo Prestes, explica que o pessegueiro precisa de uma média de 500 horas de frio (abaixo de 7,2ºC) e este ano foram apenas198 horas. "A falta de frio aliada ao mês chuvoso e úmido de outubro contribuíram com as perdas. Marco Schiller foi um deles. Em uma das três áreas, a perda foi de 30% da safra no pêssego bonão.

Indefinido
Com as áreas plantadas em Pelotas são de diferentes tipos, Prestes ainda não pode precisar de quanto será a colheita, estimada em 50 mil toneladas. "Alguns frutos começaram a serem coletados no final de outubro e outros podem ir até final de dezembro."

Festa
Na Festa do Pêssego, na Colônia Santa Áurea, entre as 13 bancas que expõem produtos artesanais rural, que são desenvolvidos pelas famílias dos agricultores com apoio da Emater, em uma delas a Embrapa Clima Temperado aproveitou para mostrar alguns dos cultivares para indústria, para a mesa e os com dupla finalidades. Confira:

De mesa:
Barbosa, BRS Fascínio, BRS Kampai, BRS Mandinho, BRS Regalo, BRS Rubimel, BRS RubraMoore, Charme, Chimarrita, Chinoca, Chiripá, Coral, Della Nona, Marfim, Pampeano, Planalto, Premier. 

Pêssegos Indústria
Ágata, Ametista, Atenas, BRS Âmbar, BRS Bonão, BRS Citrino, BRS Libra, BRS Esmeralda, Jade, Jubileu, Olímpia, Santa Áurea, Turmalina.

Pêssegos Dupla Finalidade
Eldorado, Granada, Leonense, Maciel, Riograndense, Sensação.

 

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