Permissionários do Pop Center foram surpreendidos com a determinação de fechamento total do local nesta sexta-feira (8). Desde o início da tarde, proprietários e trabalhadores das bancas retiravam às pressas produtos e mercadorias que estavam armazenadas no local, que está fechado ao público desde março. Dois vigilantes do espaço acompanhavam o procedimento e confirmaram a ordem de fechamento do prédio. A gerência do Pop Center alegou que a entrada não estava autorizada.

“Acaba sendo um desrespeito”, afirmou um dos permissionários, que não quis se identificar. Segundo ele, não houve qualquer comunicado da administração sobre a medida. “Já tenho pouco, se o pouco que eu tenho ficar ai vou viver como?”, questionou. Vendedor de eletrônicos, o comerciante conta que a maneira encontrada por ele e por outras pessoas que atuam no local foi realizar vendas nas ruas, mas que o faturamento, no entanto, teve grande redução. “É desumano”, definiu outro lojista que atua há mais de seis anos no espaço. Ele lembra que muitas famílias dependem dos recursos obtidos com a venda no local, e que estas pessoas poderiam ter ficado sem as mercadorias, caso não conseguissem tirá-las a tempo.

Gerência alega cumprir decreto

A prefeitura de Pelotas informou, via assessoria de comunicação, que a Secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana (SGCMU) é responsável somente pela fiscalização e chamamento para a ocupação das bancas do local e que não houve, por parte da pasta, determinação para o fechamento completo do espaço. Procurada, a gerência do Pop Center emitiu a seguinte declaração: “A segurança terceirizada do POP permitiu a entrada sem autorização da gerência, por conta, e, quando soubemos, determinamos que seja cumprido o Decreto Municipal”.

Sem previsão de reabertura ao público

Também por meio de sua assessoria, a prefeitura afirmou que não há previsão para reabertura do local e que, através do Comitê de Crise, avalia constantemente a situação e “entende a importância do trabalho para o sustento das famílias que dependem dos pontos comerciais instalados nesse espaço”, afirmou, citando a permissão de comercialização dos produtos em frente ao Pop Center, como forma de causar menos prejuízos aos permissionários. O Executivo também informou que, devido à existência de mais de 500 bancas no local, abrigado em um espaço fechado, com corredores estreitos, bancas estandes próximas e a grande circulação de pessoas “se torna difícil garantir o cumprimento de todas as medidas de higiene e segurança preconizadas pelo decreto municipal, que determinou o fechamento do comércio com o objetivo de conter a contaminação pelo novo coronavírus”. O local permanece fechado desde o dia 20 de março, em cumprimento a um decreto municipal, que restringiu, na época, atividades comerciais no município.