Pandemia

Agentes da Força Nacional ampliam segurança no Presídio de Bagé

Reforço chega para compensar a falta de 24 agentes penitenciários afastados das atividades, em decorrência de isolamento domiciliar e atestados médicos

Bagé conta desde a tarde desta quinta-feira (2) com a retaguarda de 31 agentes da Força de Cooperação do Ministério da Justiça. Os profissionais vêm para ampliar a segurança no Presídio Regional, que tem cerca de 630 detentos onde deveriam estar 240 homens. A superlotação, entretanto, se choca com o desfalque de agentes penitenciários. Nos últimos dias, o novo coronavírus provocou baixas no efetivo: dez servidores estão em isolamento domiciliar e outros 14 apresentaram atestados médicos. Crescia, portanto, o rumor de que um motim estava por vir.

A equipe deslocada de Brasília chega para engrossar a guarda interna e externa da Casa Prisional e a expectativa é de que, diante de qualquer alternação de comportamento, detentos devem ser transferidos. "Precisávamos proteger a cidade de uma rebelião. Então nos antecipamos à bandidagem", afirma o prefeito Divaldo Lara (PTB).

A quinta-feira também foi marcada pela confirmação de mais um caso de Covid-19: agora são 16 infectados. O homem de 60 anos é mais um médico; outra situação que se conecta com o primeiro caso registrado em Bagé. Proporcionalmente, a cidade é a que possui o maior número de contaminados no Rio Grande do Sul.

Várias medidas, portanto, têm sido adotadas. Em dois dias, 7,5 mil veículos já foram abordados nas barreiras sanitárias instaladas em três pontos de acesso ao município. A expectativa é de que a partir do dia 10, Bagé conte com testes rápidos, para agilizar os diagnósticos e ajudar a conter a disseminação do vírus.

Fiscalização promete crescer nos próximos dias
Os próximos dias devem ser de aplicação de multa aos estabelecimentos que insistirem em descumprir os decretos municipais. Até agora a fase ainda era de abordagem e orientação, mas para conter o pico de contaminação que deve ocorrer em um prazo de aproximadamente três semanas, a prefeitura irá elevar o rigor. A partir de segunda-feira, inclusive, os idosos que descumprirem a determinação de isolamento social passarão a ser multados.

Na tarde desta quinta, ao enaltecer a força tarefa que se espalha pelo município e coloca lado a lado representantes da União, do Estado e do Município, além do engajamento do Poder Judiciário e do Ministério Público (MP), o prefeito reiterou a preocupação com os grupos de risco. "Temos mais de 20 mil idosos e muitos ainda não compreenderam a sua responsabilidade e não estão cumprindo o isolamento devido".

Além de aulas suspensas e comércio fechado, o último decreto municipal - assinado na quarta-feira - é ainda mais duro do que as regras definidas pelo governador Eduardo Leite (PSDB). Na construção civil, apenas pequenas obras, com até cinco operários, estão permitidas em Bagé. A lavagem de veículos também tem regramento específico: só está autorizada em estabelecimentos que se comprometerem em utilizar produtos químicos eficazes em desinfecção e que se abasteçam de poço artesiano - em função do racionamento na cidade.

Saiba mais
- Situação em Pelotas segue inalterada: Os dados permanecem inalterados. O Laboratório Central do Estado (Lacen) não divulgou novos resultados, ontem. Pelotas segue, portanto, com três casos confirmados de coronavírus. Até agora 105 notificações foram descartadas e seis ainda estão sob análise.

Dos três pacientes que testaram positivo, a primeira pessoa - uma senhora de 71 anos - é considerada curada pelos especialistas. Já o médico do Xavante, José Raymundo, 70, permanece internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, para onde foi transferido na noite de domingo. O terceiro caso, de um cidadão de 55 anos, foi confirmado na terça-feira por laboratório privado credenciado ao Ministério da Saúde. O homem cumpre isolamento domiciliar e passa bem.

- No país, letalidade em alta: O número de infectados em todo o país deu novo salto. Pulou 16% e foi de 6.836 para 7.910 em apenas um dia. O relatório do Ministério da Saúde também revela outro dado preocupante: o total de mortes passou de 240 para 299 e o índice de letalidade subiu de 3,5% para 3,8%. Só em São Paulo, são 188 óbitos.

O boletim liberado pelo governo federal também permite apontar o perfil das vítimas: 58% eram homens e, no recorte por idade, 89% dos mortos tinham acima de 60 anos.

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