Saúde
Ampliação do tratamento para Hepatite C é aprovada
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas dará acesso aos pacientes com hepatite C crônica com Metavir F2, e às pessoas com hepatite autoimune, hemofilia e outras caogulopatias hereditárias
O governo federal aprovou novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para hepatite C e coinfecções no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o que significa a ampliação do tratamento, até então disponível apenas para os casos de fibrose avançada. Em Pelotas, 80 pessoas já recebem o novo tratamento, que não implica efeitos colaterais como antes. A estimativa é de que o município tenha 4.747 portadores do vírus (1,38% da população) e 90% não saibam.
Segundo os professores de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Lysandro Nader e Carolina Ziebel, se a pessoa não fizer o exame só vai se dar conta quando estiver com cirrose, pois a hepatite C é uma doença silenciosa. Nos estágios iniciais o paciente não apresenta nenhum sintoma, por isso até a ampliação do atendimento só eram tratados os que já apresentavam uma cirrose descompensada.
O novo PCDT amplia o acesso ao tratamento aos pacientes com hepatite C crônica com Metavir F2, independentemente do tempo de diagnóstico e do grau do comprometimento hepático, e às pessoas com hepatite autoimune, hemofilia e outras coagulopatias hereditárias. Outras novidades são a ampliação do tempo de tratamento com os medicamentos sofosbuvir e daclatasvir, de 12 para 24 semanas, em pacientes com hepatite C crônica genótipo 3 com cirrose.
Os exames estão amplamente disponíveis na rede de atendimento de saúde de Pelotas, ou seja, em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O resultado sai em 20 minutos. Além do teste rápido, feito apenas com uma picada rápida no dedo, existe o Anti-HCB. A luta dos gastroenterologistas é para que esse teste seja incluído na rotina de exames.
A hepatite C pode ter cura em 90% dos casos. Se já tratada na fase F4 pode ter chance de resposta em torno de 80% e na 2, 95%. "O tratamento hoje é muito fácil. São drogas sem Interferon, com comprimidos sem quase nada de paraefeitos e taxas de resposta espetaculares", salienta Nader. O governo liberou a portaria e o medicamento.
No Centro de Aplicação e Monitoramento de Medicamentos Injetáveis (Cammi) da UFPel já foram tratadas mais de 500 pessoas com hepatite C e dos quase cinco mil pacientes com o vírus, apenas perto de mil sabem da doença, por isso a importância da realização do teste, reafirmam os médicos. O ambulatório da Faculdade de Medicina (Famed) da UFPel é referência e absorve todos os casos de hepatite C de Pelotas.
Estatística
Pelotas - 4.747 portadores do vírus
Brasil - Mais de 1,5 milhão de pessoas infectadas
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