Expectativa

Anunciada, redução nos combustíveis ainda é aguardada por consumidores

No dia em que entrou em vigor a nova política de preços da Petrobras, gasolina, diesel e gás ainda não tiveram reajuste

Foto: Jô Folha - DP - Por enquanto, preços mais em conta são apenas para programas de fidelidade e aplicativos das abastecedoras

Um dia depois de entrarem em vigor os novos preços dos combustíveis aplicados pela Petrobras às refinarias, consumidores em Pelotas ainda não sentiram os efeitos. Na quarta-feira (17), circulando por alguns dos principais postos da cidade, foi possível observar o litro da gasolina variando entre R$ 5,39 e R$ 5,79. Custo reduzido só para aqueles motoristas que mantêm fidelidade com o estabelecimento através de cadastro ou uso do aplicativo. A expectativa é que a diferença possa ser sentida somente nos próximos dias, quando a aquisição dos combustíveis pelas abastecedoras já será com o novo valor anunciado pela estatal.

A redução está atrelada à nova estratégia comercial aprovada pela Diretoria Executiva da Petrobras para definição de preços de diesel e gasolina e encerra a subordinação aos valores de paridade de importação. A medida está sendo encarada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, como um primeiro passo para o "abrasileiramento" da precificação dos combustíveis produzidos no Brasil, que passa a levar em conta os fatores de produção nacional e a competitividade.

A expectativa é grande pela redução de R$ 0,44 no preço médio do diesel para as distribuidoras. Na cidade, a média do litro é de R$ 5,59. Já para a gasolina, a redução projetada é de R$ 0,40.

As cifras animam, mas ainda geram dúvidas nos consumidores. O engenheiro eletricista Emerson da Luz, 32, costuma abastecer sempre em um mesmo posto e por isso, conta com as vantagens dos descontos, pagando R$ 5,09 o litro. Já quem opta por pagar no crédito parcelado, o custo vai para R$ 5,68. "Eu acredito que com essa medida da Petrobras o preço da gasolina possa baixar dos R$ 5,00. Mas como todo bom brasileiro, [acredito que] pode até baixar, mas outros produtos vão aumentar como forma forma de compensação", diz. Já o gerente do posto diz que pensa na concorrência e que já na próxima reposição do combustível os consumidores sentirão a diferença no bolso.

Gás de cozinha

Dentro do pacote anunciado pela Petrobras, o botijão de cozinha também terá redução. O percentual é de 21,3% no preço médio de venda do gás liquefeito de petróleo (GLP), uma queda de R$ 8,97. A se confirmar, o recipiente de 13 quilos deve chegar aos R$ 100.

Em Pelotas, no entanto, esse custo será atingido, em parte, somente para consumidores que optarem por buscar o botijão na revenda, onde o custo varia de R$ 102 a R$ 115. O valor médio atual para quem prefere receber em casa, segundo pesquisa do Procon, é de R$ 116,83.

De acordo com um revendedor das Três Vendas, já nos próximos dias os clientes serão beneficiados com uma diferença de R$ 7,50, um pouco menor que a anunciada pela Petrobras.

Fiscalização e reflexos

O pedido da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) para que os Procons estaduais e municipais de todo o País monitorem os postos de combustíveis para verificar se a redução dos preços médios da venda de gasolina e diesel para as distribuidoras foi repassado aos consumidores, foi recebido com restrições pelo órgão de Pelotas. Coordenador-executivo do Procon local, Enéias Clarindo considera a política de preços do governo muito polêmica. "O consumidor sempre é o maior prejudicado", opinou. Segundo ele, como a cadeia de entrega dos combustíveis é muito complexa, haverá divergências no preço final da gasolina e diesel. "Não recebemos nenhuma orientação [até ontem à tarde], mas para mim, é pirotecnia midiática da Senacon."

Para o pesquisador e professor do Programa de Pós-Graduação em Organizações e Mercados - Economia Aplicada da UFPel, Marcelo de Oliveira Passos, é possível que, como diz o consumidor Emerson da Luz, haja aumento em alguns derivados do petróleo. No entanto, diz que não seria de forma compensatória, mas para minimizar perda de receita da estatal.

Sobre o impacto no mercado internacional, a situação confortável das variáveis para a precificação dos combustíveis, como o Preço de Paridade de Importação (PPI), o abastecimento interno, questão de importação e política, oportunizou a redução dos produtos. No entanto, caso haja mudança no cenário econômico internacional, pode haver pressão, com interferência no preço do barril de petróleo. A boa notícia é que a medida está relacionada com a economia do Brasil, pois os combustíveis são insumos essenciais para as principais atividades do País. "O preço mexe com muitas cadeias produtivas e podemos ter uma aceleração da queda da inflação."

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