Expectativa

Após quatro anos, camarão irá voltar às redes

Prognóstico tem como base estudo elaborado pelo Instituto de Oceanografia e pelo Centro de Ciências Computacionais da Furg

A notícia é boa para pescadores, comerciantes, consumidores, toda a população da Metade Sul. Após quatro anos de redes vazias, o camarão-rosa se fará presente nas águas da região. A menos de dez dias do início da safra do crustáceo, espera-se que ela, embora não ótima, seja bem superior às últimas, quando a captura registrada foi próxima de zero. Essa é a expectativa baseada nos estudos produzidos pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e na experiência de mais de quatro mil pescadores de Pelotas, Rio Grande, São José do Norte e São Lourenço do Sul. A permissão para pesca se estende até 30 de maio.

A expectativa positiva é fruto do conhecimento empírico dos trabalhadores do setor e também do estudo de previsão da safra elaborado pela Furg, através do Instituto de Oceanografia e do Centro de Ciências Computacionais. O professor Luiz Felipe Dumont, diretor do primeiro, explica que um modelo de previsão mensal da safra de camarão-rosa para a Lagoa dos Patos foi criado a partir de dados biológicos, meteorológicos e oceanográficos.

“Foram aplicados algoritmos de aprendizado de máquina (machine learning approach), que começa a ‘aprender’ sobre comportamento das safras e os principais fatores que as regulam. A partir disso, foi possível prever a captura mensal do camarão-rosa com uma taxa de acerto de 91%”, explica.

As capturas mensais são classificadas em ruim (menos de uma tonelada), regular (menos de 683 toneladas) e ótima (mais de 683 toneladas). Para tal, é levada em conta principalmente a abundância de camarões juvenis pequenos capturados nas zonas rasas do estuário, seguido pelos índices que medem a intensidade do fenômeno Enso no Oceano Pacífico. A partir dessa análise, o estudo definiu que a safra será regular, com 400 toneladas capturadas por mês. “Os índices de anomalia de temperatura no Pacífico indicam uma leve tendência negativa - La Niña - no momento, com previsão de se tornar neutra no outono do Hemisfério Sul, indicando que a safra desse ano deve ser superior à de anos anteriores”, explica Dumont.

O presidente do Sindicato dos Pescadores da Colônia Z-3, Nilmar Conceição, vê com esperança o período. “O camarão é importante porque modifica toda a economia da região, pelo preço. É nosso carro-forte, para quem pesca, as mulheres que embalam, os comerciantes. Alguns pagam financiamentos feitos durante o ano, já que a tainha e a corvina não nos rende tanto por ser vendida in natura”, comenta.

A preocupação, tanto de Conceição quanto do professor Dumont, está na pesca durante o defeso - antes de 1º de fevereiro -, como a que resultou na prisão de um homem, pela Patram, no sábado em Rio Grande. Com ele, foram encontrados 110 quilos de camarão-rosa e 20 quilos de siri.

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