Cerca de mil pessoas já receberam a vacina da febre amarela nas duas últimas semanas. A fila tem se espalhado pela calçada do Centro de Especialidades, no Centro. Mas fique atento: em Pelotas, a imunização é indicada para os bebês de nove meses de idade e para os cidadãos que irão se deslocar para áreas de risco no país ou realizar viagens internacionais que requerem a vacina.

Grupos, como os de idosos, pacientes imunodeprimidos, diabéticos, gestantes e mulheres que amamentam só devem receber a dose após avaliação médica criteriosa. “É preciso analisar o risco-benefício. É preciso um cuidado grande porque, ao tomar a vacina, a pessoa recebe o vírus vivo atenuado”, lembra a chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, a enfermeira Maria Regina Reis Gomes.

A jovem Kamila Mendes da Silva, 21, foi uma das pelotenses que procuraram a imunização na manhã de segunda-feira. Com viagem agendada para Chapecó, em Santa Catarina - que integra a lista de municípios brasileiros com recomendação para vacina da febre amarela -, ela, o irmão Gabriel, 16, e o pai Rudinei Silva, 51, procuraram se prevenir. “A gente tem que se precaver para sair em férias tranquilos”, resumiu a estudante de Letras.

Uma curiosidade
Por que vacinação aos nove meses de idade?
A vacina da febre amarela passou a compor o calendário nacional em todo o Brasil. Duas razões ajudam a entender o porquê de a imunização ser aplicada aos nove meses. Nesta idade específica, não há outra vacina prevista no calendário, o que é imprescindível, já que a proteção contra a febre amarela não pode ser feita associada a outras vacinas. O fato de aos nove meses o bebê já possuir condições de criar anticorpos para combater o vírus - da vacina - também explica a decisão do governo; enfatiza a enfermeira Maria Regina Reis Gomes.

E a se a família não encontrar a Caderneta de Vacinação?
No caso de a Caderneta não ser encontrada, a família precisará se dirigir aos locais em que a criança recebeu outras vacinas, ao longo da vida, para obter novamente os registros e poder receber a imunização contra a febre amarela.

Saiba mais
O que é a febre amarela - Uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infectados.

Sintomas - Os sinais iniciais incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais, que surgem de três a seis dias após ser infectado.
Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem o quadro grave da doença podem morrer.

Transmissão - O vírus é transmitido pela picada de mosquitos infectados. A doença não é passada de pessoa para pessoa.
Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão: o silvestre e o urbano. No ciclo silvestre, os macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres; os gêneros Haemagogus e Sabethes são os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao entrar em áreas de mata devido ao trabalho ou em atividades de lazer.
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir do mosquito Aedes aegypti infectado.

Prevenção - Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda pessoa que reside em Áreas Com Recomendação da Vacina (ACRV) contra a febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas devem se imunizar.

Conheça os municípios da região que integram a lista das àreas com recomendação de vacina (*)

- Amaral Ferrador

- Canguçu

- Pinheiro Machado

- Piratini

- Santana da Boa Vista

- São Lourenço do Sul

(*) São municípios em que há registro de circulação de bugios nas matas. Daí o cuidado.

Fonte: Ministério da Saúde