Reivindicação

Auxiliares de Educação protestam contra atraso de salários

Além da reivindicação pelo pagamento, profissionais também levantaram outras demandas da categoria em ato público nesta quarta-feira

Foto: Carlos Queiroz - DP - Segundo levantamento independente feito pela categoria, apenas cerca de 15 auxiliares receberam em dia o salário de outubro

Um coro de vozes que entoavam as palavras 'sem salário, sem trabalho' tomou conta do entorno da Praça Coronel Pedro Osório no fim de tarde desta quarta-feira (9). Em frente à Prefeitura, os auxiliares de Educação Infantil de Pelotas se reuniram para protestar por conta do atraso dos salários dos servidores municipais. Além de reivindicar o pagamento, outras demandas da categoria, que já vêm sendo discutidas com entes públicos desde o início do ano, também foram reforçadas.

O pagamento parcial dos salários começou a valer neste mês. Cerca de 72% do funcionalismo recebeu em dia, como a categoria do magistério, que tem o recurso assegurado pelo fundo nacional de educação, o Fundeb. Os auxiliares, no entanto, não fazem parte do quadro do magistério desde o ano passado, mudança que também é contestada pela categoria. "Como se faz uma escola funcionar com uns recebendo e outros não? A gente foi trabalhar sem receber nosso salário de outubro e sem uma previsão do salário de novembro. A maioria de nós ganha pouco e ainda fica esperando o mês inteiro pra receber e pagar as contas", observa uma das auxiliares, Letícia Oliveira.

Também receberam em dia os funcionários que ganham até R$ 1,3 mil mensais. Até o dia 30 de novembro será depositado o salário de quem ganha até R$ 2,5 mil mensais. O restante, receberá até o dia 20 de dezembro. Segundo Letícia, os auxiliares estimam que apenas cerca de 15 profissionais da categoria receberam em dia por se enquadrarem no teto dos R$ 1,3 mil. "A gente tá pedindo nosso salário em dia, que a gente seja recolocado na categoria do magistério. A gente quer que nos enxerguem. Não tem mais o que fazer a não ser protestar. É frustrante tu estar lá dando teu melhor sem receber salário em dia. A gente trabalha com amor, não por amor. O mínimo que a gente espera é respeito", diz uma auxiliar presente no protesto, Tatiane Pereira.

Outras demandas
Para além da recente medida que atrasou o salário, outras pautas também já motivaram protestos da categoria neste último ano. A garantia de recesso e férias junto aos professores e o pagamento de adicional de insalubridade, por exemplo, são algumas demandas que já foram levadas ao Executivo. "A gente tá fazendo essa mobilização em função dos salários, e também em função de todas as outras pautas que já tínhamos levantado lá no início do ano que não foram atendidas até agora", ressalta Letícia.

As auxiliares contam que receberam promessas de solução e mais valorização mas, até agora, não viram nada se concretizar. "Até o dia de hoje, pouca coisa se resolveu. A insalubridade a gente pediu, a maioria tá ganhando, mas alguns ainda não conseguiram alcançar. O retroativo da insalubridade a gente também não foi pago. E agora o nosso salário. Acho isso absurdo, muito injusto. É má administração", comenta uma das auxiliares presente no protesto, Márcia Vieira.

Entenda
O pagamento parcial do salário dos servidores municipais, que passou a ocorrer a partir deste mês, foi anunciado pela prefeitura de Pelotas no fim de outubro. O Executivo afirmou que a crise financeira causada pela queda brusca de receitas desde o ano passado, aliada ao crescimento dos custos obrigatórios, foram alguns dos principais fatores que provocaram a medida. Não há previsão de normalização do pagamento que, de acordo com a prefeitura, depende da entrada de novas receitas, por meio de tributos e transferências federais, para ocorrer. Também não é descartada a possibilidade de novos atrasos no futuro.

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