Alerta
Balneários Santo Antônio e Valverde estão sem guarda-vidas
Orientação é de que as guaritas só sejam ocupadas nos pontos próprios para banhistas
Carlos Queiroz -
Os balneários Santo Antônio e Valverde estão sem guarda-vidas e vão continuar enquanto estiverem com todos os pontos impróprios para banho. O Comando do Corpo de Bombeiros, que assumiu a Operação, chamada agora Verão e não mais Golfinho, decidiu não expor seus soldados a águas contaminadas. De acordo com tenente Josiclei de Paula, que assumiu nesta quinta-feira o comando da atividade em Pelotas, a orientação é de que as guaritas só sejam ocupadas nos pontos próprios para banhistas, que atualmente são os localizados no Balneário dos Prazeres (todos) e na frente do Camping Municipal.
As demais estão vazias ou ocupadas por veranistas e cachorros que disputam uma sombra na orla da praia. Na frente do Camping Municipal (Totó) há uma guarita com uma dupla de guarda-vidas. Outros três ficam no Balneário dos Prazeres, além de um fiscal. Ou seja, seis por turno, explica o sargento Alexandre Moura. A retirada dos guarda-vidas do Santo Antônio e do Valverde ocorreu quinta-feira, por ordem do Comando do Corpo de Bombeiros, ao tomar conhecimento da última análise.
A instituição só volta atrás se a prefeitura mudar as placas, indicando que a água está em condições de balneabilidade. Ocorre que existem placas que não têm identificação e há pontos onde existe guarita e nenhuma placa. Da mesma forma, esses locais ficam desprovidos de guarda-vidas. O Diário Popular tentou contato com secretários municipais para falar sobre o assunto, mas nenhum se pronunciou a respeito.
No Balneário dos Prazeres são encontrados soldados, mas não há guaritas. Os bombeiros estão em cadeiras de praia, logo acima das pedras de contenção.
Segundo o soldado Tobias Borges, no feriado de Ano-novo foram feitos dois resgates, de pessoas que passaram da área demarcada para banho. “Chamamos, mas não adiantou”, disse, ao contar que as pessoas seguem nadando, sem acreditar que logo adiante é mais fundo. Ainda que não estejam nos dois balneários sem águas próprias, dois guarda-vidas de plantão no feriado caminharam toda a orla, fazendo paradas para conversar com as famílias e orientá-las sobre os perigos da água.
Mudanças
As mudanças na operação ocorreram porque as duas instituições - Brigada Militar e Corpo de Bombeiros - foram separadas e quem ficou com a responsabilidade de desenvolver a atividade de salvamento nas praias foram os Bombeiros. Trocaram o nome da operação e a denominação dos profissionais que vão atuar durante o verão. O uniforme novo foi inaugurado nesta quinta-feira e em vez de salva-vidas, está escrito guarda-vidas nas camisetas, a nova nomenclatura dada à função.
O Comando de Pelotas abrange também São Lourenço do Sul, Santa Vitória do Palmar e Paria do Pontal (Arroio Grande). A maioria dos guarda-vidas designados para atuar no veraneio é de fora, como é o caso de Pelotas, onde já ocorreram dois salvamentos no Balneário dos Prazeres, desde o início da operação, em 16 de dezembro.
O que pensam os banhistas
Embora receosos pela ausência dos guarda-vidas, veranistas e visitantes ouvidos pelo Diário Popular concordam com a decisão, porque consideram que os bombeiros não podem se sujeitar a entrar em águas contaminadas sem ser por vontade própria. Mas tem quem esteja assustado com a situação e temendo afogamentos, como um senhor que parou o carro do Diário Popular para falar sobre isso.
“É complicado e temeroso, pois tem criança. Mas vou ter que concordar que eles não têm de se expor com a água assim. Nós é que temos de tomar cuidado”, diz a babá Adriana Cruz, 48. A doméstica Carmem Elisa Silva, 52, também concorda e fala que se molha na “pontinha” da água porque tem medo. A também aposentada Lorena Malue, 61, igualmente acha que os bombeiros estão certos em não querer entrar em água sem condições de balneabilidade: “Nós é que temos de ter consciência que não podemos utilizar a água. Mas infelizmente não temos”, admite.
O casal Elias Sodré, 58, aposentado, e Cleusa Tavares Sodré, 49, dona de casa, tomava banho nesta quinta à tarde na frente do Camping Municipal. Não exatamente porque a água está própria no local e por isso mesmo tem guarda-vidas. Conforme disseram, matavam a saudade do lugar onde acamparam por muitos anos e que foi interditado. A Lagoa dos Patos nesta quinta-feira estava mais parecida com uma imensa piscina, de água parada, clara e salgada.
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