A partir desta terça-feira (26) até a próxima sexta, a praça Piratinino de Almeida estará com acesso interrompido para o público em geral. A medida faz parte do início da realização de testes de carga na caixa d'água de ferro do local, que serão feitos pela empresa paulista Tramec SA, ao custo de R$ 31 mil, com o apoio do Sanep. Até a próxima quinta-feira, a previsão é que a capacidade total do R1, de 1,5 milhão de litros, seja abastecida. Um relatório emitido em até 15 dias úteis deverá indicar se há condições para que o reservatório volte a ser utilizado para armazenamento de água pela autarquia municipal.

Conforme o diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia, a previsão é que um terço da capacidade seja abastecido nesta terça e nos dias posteriores. A estrutura será monitorada durante a realização dos testes e a programação pode ser interrompida em casos emergenciais, provocando a liberação da água de forma total. Com isso, a restrição do acesso à praça seria uma medida preventiva. "Não sabemos como a estrutura irá se comportar", afirma. Na sexta, haverá a liberação do fluxo de água de forma gradativa, o que pode ocasionar transbordamento de galerias no entorno da praça. "Não deverá chegar à porta de residências e comércios da região", conta. Durante a realização do procedimento, não há previsão de desabastecimento de água na região.

O relatório com o resultado do testes poderá apontar três possibilidades: a perfeita condição do reservatório, o que certificaria a capacidade estrutural da caixa; a indicação da necessidade de adaptações para a plena utilização do local e a incapacidade de utilização do local. Para Garcia, a realização dos testes é o primeiro passo para uma possível reativação da estrutura, desativada em 2006, que poderia contribuir para o abastecimento de água na região central. "O melhor jeito de manter o patrimônio é com ele sendo utilizado", destaca o diretor-presidente, lembrando, também, que a caixa d'água é uma das marcas de Pelotas e do Sanep. O R1 auxiliaria na distribuição em horários de pico, em que o consumo é maior que a capacidade produzida pelas Estações de Tratamento de Água, além de funcionar como um limitador de pressão da água.

Patrimônio em uso

A estrutura, construída em 1875, foi importada da Escócia, pela Hydráulica Pelotense. A partir de Rio Grande, que também conta com reservatório semelhante, a estrutura foi separada em partes e transportada para Pelotas em barcos. Em 1984 recebeu tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Uma reforma iniciada em 2010 e concluída no final de 2011 restaurou a estrutura, que também recebeu trabalhos como de impermeabilização e recuperação do ferro degradado. O reservatório tem capacidade nominal 1.500 m³, o que representa 1,5 milhão de litros de água.

Recuperação da praça segue em andamento

A reforma da praça Piratinino de Almeida, iniciada em 2010, está em fase final. No momento, o trabalho está na penúltima etapa, a de delimitação de áreas de circulação e canteiros. Em seguida, deve ser feita a poda de árvores e plantas do local. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos até o final do ano. Até o momento, já foi realizada a colocação de lixeiras e bancos, além da instalação do sistema de iluminação.