Atendimento pediátrico

Casos de bronquiolite aumentam demanda pediátrica do PS

Ala registrou lotação no último final de semana, sendo que 60% dos pacientes eram por essa patologia

Foto: Divulgação - DP - Ala pediátrica estava com 100% de ocupação no último domingo

Frio, calor, chuva, umidade, vento. Combinações que prejudicam a saúde, principalmente das crianças, nesta época do ano, o que tem aumentado casos de bronquiolite. No início do mês, o Rio Grande do Sul declarou estado de emergência em saúde pública em todo o território gaúcho para fins de prevenção e de enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças pela demanda de atendimento nos prontos-socorros e hospitais, situação que se observa também em Pelotas. No último domingo, dos 15 pacientes em espera para internação no Pronto-Socorro, 60% apresentavam quadro de bronquiolite. A demanda total ultrapassou os 100% de ocupação da ala pediátrica.

Diretora de Atenção Especializada Hospitalar, Caroline Hoffmann explica que o PS não tem leitos de pediatria, mas sim camas (quatro enfermarias com três camas ou berços) de espera para pacientes encaminhados para internação, além de uma central de urgência e emergência. Já a secretária de Saúde, Roberta Paganini, afirma que toda criança cuja situação clínica seja avaliada pelo corpo médico como grave é internada. "Dentre estes casos estão uma série de patologias, que não apenas as síndromes respiratórias agudas", diz Roberta. Quadros clínicos considerados intermediários são encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e os mais leves são tratados nas Unidades de Básicas de Saúde (UBS). "Crianças que chegam no Pronto-Socorro, se estiver lotado, encaminham à UPA. Porém, antes é avaliada a condição de ir até a unidade. Se estão com febre ou situação mais grave, ficam no PS."

Segundo a titular da Saúde, a partir do Decreto 57.090/2023 do RS, todas as medidas foram tomadas, com as redes hospitalares que prestam serviços ao SUS priorizando a disponibilização dos leitos clínicos de suporte ventilatórios e de UTI pediátricas para os casos de SRAG em crianças. A rede pública de Pelotas tem 46 leitos pediátricos de enfermaria, oito de UTI pediátrica e 17 de UTI Neonatal.

Nos últimos 15 dias, as taxas médias de ocupação dos serviços hospitalares de pediatria registradas no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) foram de 88,2% na pediatria, 87,5% na UTI neonatal e de 77,5% na UTI pediátrica. Desse percentual, até quarta-feira, sete pacientes que estavam na clínica e dois na UTI eram por SRAG. No Hospital Escola da UFPel, a média de ocupação é de 77% na pediatria e 94% na UTI neonatal, sendo que nem todos os casos são referentes a sintomas respiratórios.

"O que a gente observa é que a cada inverno aumenta o número de crianças com síndromes respiratórias e a gente precisa falar que as coberturas vacinais estão muito baixas. Os pais não estão levando as crianças para vacinar, nem contra Covid, nem contra Influenza, e os nossos invernos têm sido rigorosos. Ano passado foi rigoroso e esse ano está com períodos de muita umidade. Tudo isso impacta nos problemas respiratórios. Mas as questões respiratórias no inverno não são uma novidade e a rede sempre se prepara, principalmente para as questões de pediatria", aponta a secretária Roberta Paganini.

Sobre o decreto
O estado de emergência vai até início de outubro, podendo ser prorrogado conforme evolução dos indicadores epidemiológicos. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) coordena as ações e serviços públicos de saúde voltados ao enfrentamento da emergência e as diretrizes gerais para a execução das medidas de contenção. Juntamente com a normativa, a Portaria 756/2023, do Ministério da Saúde, institui, em caráter excepcional e temporário, incentivo financeiro de custeio para o atendimento de crianças com SRAG, na atenção de Média e Alta Complexidade do SUS. Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o Rio Grande do Sul possuiu 264 leitos de UTI pediátrica em 26 hospitais.


Orientações
O coordenador do Núcleo Simers de Pediatria, Daniel Sauer Wolff, explica que a bronquiolite é uma doença respiratória pulmonar, causada por vírus respiratórios, sendo o mais frequente o vírus sincicial respiratório, podendo causar um simples resfriado como quadros mais graves que possam necessitar internações hospitalares. "Nos primeiros anos de vida, o sistema imunológico ainda é imaturo, o que torna as crianças mais suscetíveis."

A melhor maneira de proteger seu bebê da bronquiolite é mantê-lo longe do vírus que a causa. Quando possível, especialmente quando ele é um bebê, evite contato próximo com crianças ou adultos que estejam no início do ciclo de infecções respiratórias (quando a doença é mais contagiosa).

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