Transtornos

Cheiro e gosto desagradável na água continuam afetando população pelotense

Problema começou a ser identificado pela comunidade no dia 26 de dezembro; especialista explica a alteração

Foto: Carlos Queiroz - DP - Solução é comprar água para consumo

O mau cheiro e gosto da água na última semana foi motivo de reclamação dos moradores em Pelotas. A situação chegou a ser esclarecida pelo Sanep, que indicou a presença de algas como motivo da mudança, que já estava sendo resolvido. No entanto, ainda nesta terça-feira (2), o problema continuava a incomodar alguns moradores.

No Centro, na avenida Dom Joaquim, a bacharel em direito, Maria Isabel Braga, 31, conta que o consumo da água está impossível. "Achei que tinha resolvido, mas depois voltou completamente no Ano Novo. Eles me deram uma resposta meio genérica. A gente toma banho e parece que não tomou. Está bem ruim. Potável está, mas é horrível tomar e fazer tudo", observa. Comprar água para consumo foi a solução encontrada pela família em sua casa.

Ela complementa que outras pessoas conhecidas, que moram nos arredores da Cohabpel e do canal São Gonçalo, também estavam sentindo os efeitos no início desta semana. A designer Dainá Bório, moradora da região, confirma a situação. "Ainda continuamos com o problema da água aqui na Cohab 2. A gente está usando um filtro de pedra e também compramos água", conta. Apesar do odor e gosto, o aspecto visual da água é normal.

Problema foi resolvido, diz Sanep

De acordo com a coordenação do Departamento de Tratamento do Sanep, a questão foi solucionada na última semana. Após a detecção do surgimento das algas, no dia 26 de dezembro, a autarquia adicionou carvão ativado no tratamento da água. A função do carvão ativado é absorver as substâncias capazes de liberar na água odor e sabor desagradáveis. A autarquia salientou que as algas não modificam a potabilidade da água, nem apresentam risco à saúde.

A autarquia afirmou que, desde o dia 28, já não constata-se a presença dos organismos na Estação de Tratamento de Água (ETA) Santa Bárbara - que abastece Centro, Fragata, Três Vendas e Zona Industrial. "Ainda pode haver um residual da água com a alteração de característica nas redes de distribuição e/ou nas caixas d'água dos moradores, mas a água que sai da ETA já não é afetada pelas algas", diz trecho do texto enviado pela assessoria de comunicação ao DP.

Entenda

O professor da Engenharia Hídrica da UFPel e diretor da Agência da Lagoa Mirim, Gilberto Collares, explica que o odor e sabor identificados são característicos de um processo natural e inofensivo à saúde. "Não se costuma mais falar em algas, e sim em cianobactérias que provocam a presença de uma substância chamada geosmina, que provoca esse odor e gosto", destaca o professor. A presença dessas cianobactérias está relacionada com temperaturas elevadas e alta concentração de matéria orgânica. A matéria orgânica na Barragem Santa Bárbara, exemplifica Collares, pode ter relação com a seca dos últimos meses. "Existem várias cianobactérias que são tóxicas, mas não é o caso dessas. Acontece mesmo", tranquiliza o professor, acrescentando que avalia muito positivamente a água fornecida pelo Sanep.


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