A chuva da última semana foi embora mas os estragos ficaram pelas ruas de Pelotas. Só na sexta-feira, o pluviômetro da Barragem Santa Bárbara registrou 115 milímetros no acumulado de água. Dentro dos bairros, as ruas de chão batido ainda mostram os resquícios e poças. As Secretarias de Qualidade Ambiental (SQA) e Serviços Urbanos e Infraestrutura estão trabalhando para realizar a limpeza das vias urbanas e reformas nos locais mais afetados.

No último domingo (20), a ponte que dá acesso à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Jornalista Deogar Soares, na rua 20 do loteamento Dunas, teve de ser interditada pela Defesa Civil. O motivo foi a possibilidade de desabamento da construção, que já passou por duas reformas recentes. Apesar da colocação da fita que proíbe a passagem de veículos no local, a travessia de carros flui normalmente. A faixa laranja foi rasgada e a previsão é que até quarta-feira (23) a reforma seja finalizada, informa a Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura.

Já na quinta-feira (17) a travessia apresentava sinais de fragilidade, quando alguns tijolos começaram a cair. No dia seguinte pequenos desmoronamentos de terra foram registrados, lembra Paola Scheffer, moradora da residência que fica quase em frente ao local. O pátio da casa está cada vez menor, por causa do local de risco em que foi construída - desde o último ano pequenas faixas do aterro do terreno caíram sobre a água que passa embaixo da ponte. Há mais de dois anos a família denuncia o problema à prefeitura. "Já vieram aqui várias vezes, olharam a ponte, olharam a casa e foram embora", reclama Paola.

Alguns pontos da cidade são conhecidos pelos moradores por acumular água da chuva. A rua São Paulo, na Santa Terezinha, é um dos focos de alagamentos "de ponta a ponta", salienta Clodoaldo Bento, proprietário de uma ferragem. Os funcionários do estabelecimento relatam que é comum encher a rua em dias de chuva, em qualquer volume de água - o que é fruto da falta de escoamento na via. Um bueiro entupido na esquina da São Paulo com a Barão de Tramandahy é um dos poucos meios de escoar o volume das chuvas.

Na rua Raul Pompéia, também na Terezinha, as equipes da Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) estavam trabalhando durante a tarde desta segunda-feira (21) na drenagem e limpeza das valas feitas para escoar o esgoto à céu aberto. Segundo Jair Tessmann, a limpeza dos espaços pluviais tem duração de dois dias, um para retirada de lixo e demais materiais, como folhagens e galhos de árvores, e outro para a retirada destes resíduos. Ainda, o chefe do departamento adianta que a rua em questão estava desde outubro sem receber limpeza do gênero, fator agravante para alagamentos em dias de precipitação.

Queda de árvores

A Praça da Alfandega, no Porto, perdeu uma de suas árvores na sexta-feira. Segundo frequentadores, ela demonstrava sinais de queda há mais de duas semanas. De acordo com o coordenador da Defesa Civil em Pelotas, Paulo Darci dos Santos, mais de 40 árvores caíram. Algumas tombaram sobre quatro casas _ entre elas, um estabelecimento comercial na avenida José Mari Fontoura, no Laranjal. Apesar dos fortes estragos, não houve desabrigados, feridos ou desalojados. A SQA concentra os trabalhos dessa semana na retirada de troncos e limpeza de galhos nas vias e áreas urbanas.

Os moradores que desejam solicitar limpeza e desobstrução de valas devem ligar para a SQA, pelo número (53) 3227-5442. O mesmo vale para árvores que desabaram. A partir da data do pedido a previsão do trabalho é de dez dias a duas semanas, afirma Tessmann.

Previsão do tempo

Ao menos essa semana a chuva deve dar uma trégua. Para os próximos dias, o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) prevê o céu parcialmente nublado, com temperaturas entre 20ºC e 32ºC.