Por Heitor Araujo e Douglas Dutra​

Mesmo com a chuva que cai desde a tarde de ontem, o nível das águas se manteve estável em Pelotas ao longo das últimas horas. O Canal São Gonçalo, que estava em 2,85m às 22h, caiu para 2,83m na atualização mais recente. Já o nível da Lagoa dos Patos, medido pelo Hidrosens/UFPel, estava em 2,53m às 22h e caiu para 2,51m às 10h.

A expectativa é de que a região receba, até sexta-feira, um acumulado entre 80 a 120 milímetros de chuva - número que pode ultrapassar a média mensal que, segundo o meteorologista Henrique Repinaldo, é de 110 milímetros. Desde terça, a precipitação varia entre 10 a 20 milímetros em Pelotas.

Diante disso, a prefeitura continua em alerta aos alagamentos nas ruas no município, devido à dificuldade de escoamento da água pelo sistema de drenagem, causado pelo nível elevado do Canal São Gonçalo. "Estamos de olho nas chuvas e nas áreas de alagamento na cidade, que a gente já conhece", reforçou a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB).

Apesar de alto, o nível do São Gonçalo não teve a variação para cima como o esperado pelos técnicos da UFPel. O vento na Lagoa oscilou, devido às áreas de baixa pressão que causaram chuvas em diversos pontos desde ontem à tarde. Nesta quarta e na quinta-feira segue a tendência de vento nordeste, mas, nas áreas em que há chuva, os ventos podem mudar para sul, sudeste e até sudoeste, alerta Repinaldo.

O comportamento da Lagoa dos Patos e a maré baixa ajudaram a escoar a água ao Oceano Atlântico. Apesar de não ter mais a medição da vazão no Canal da Barra - os especialistas afirmam que o equipamento estragou - o entendimento é de que a água que desce do Guaíba (pico hoje da segunda leva), rio Camaquã e Canal São Gonçalo (da Lagoa Mirim e Rio Piratini) não é maior do que a capacidade de escoamento, o que deve manter a estabilidade nos níveis em Pelotas.