Lavoura
Chuvas atrasam plantio de arroz
Produtividade deve ser menor e áreas reduzidas em 9%
Jô Folha -
O atraso no plantio do arroz, devido às condições climáticas, vai refletir em uma menor produtividade e a expectativa de redução de área é de 9%. Esse é um dos maiores retardos de semeadura nos últimos dez anos. Até o momento tem apenas 4,8% da área semeada, enquanto que no ano passado, nesta época, já estava em 36%. O excesso de chuvas na região é responsável pelo cenário, segundo explica o coordenador regional do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), André Matos.
O ano passado foi o melhor dos seus 40 anos de cultura, diz o orizicultor Carlos Alberto Iribarrem, ao acrescentar que climaticamente 2016 foi excepcional, o que não acontece agora. Mas ele está otimista em relação a sua lavoura, que está praticamente pronta, tendo em vista o prognóstico do tempo, que não é de chuva até segunda-feira. "Podemos estar super preparados, mas também podemos colher menos se não der para plantar na época ideal", comenta o produtor.
Mas não é só o tempo que interfere no setor. O preço também, desde à safra passada. Quem pôde, segurou. Mas teve quem vendeu mal. Há uma descapitalização do setor. "Até conseguimos este ano comprar melhor defensivos e fertilizantes, mas na manutenção de máquinas, óleo diesel e mão de obra não temos como mexer", observa Iribarrem. Ainda segundo ele, as entidades de classe recomendam a revisão dos contratos de parceria e arrendamentos, mantendo apenas o que pode pagar, em função do momento.
O custo é extremamente alto e hoje o preço do saco de 50 quilos está R$ 37,00, com todos os descontos, enquanto que ano passado era R$ 50,00. O preço baixa devido ao excesso de produção no mercado e somado isso, a entrada de arroz do Uruguai e Paraguai. Iribarrem considera que seria necessário reduzir 10% as áreas de plantio, cortando as que não têm as mesmas condições de produtividade. Recomenda cautela nos investimentos por causa dos preços do ano passado. Conforme ele, muitos produtores são financiados pela indústria e ficam reféns de liquidar o produto no momento da colheita.
Análise regional da Emater
O Escritório Pelotas Ascar/Emater-RS informa que a semeadura do arroz em Arroio Grande, Santa Vitória do Palmar, Jaguarão, Rio Grande, Pelotas e Capão do Leão. Em Capão do Leão a semeadura é de 3% da intensão de plantio. Houve paralisação das atividades de semeadura devido às chuvas, mas a maioria está com as áreas prontas, já com a aplicação dos herbicidas para o manejo das plantas existentes.
O aumento dos preços dos combustíveis e da energia elétrica deve causar impactos negativos com a elevação significativa dos custos de produção da lavoura arrozeira.
Em Santa Vitória do Palmar o saco de 50 quilos está R$ 36,50, Jaguarão a R$ 35,00, Pelotas a R$ 37,50 e Arroio Grande a R$ 37,00.
O preço do arroz em casca, de acordo com informações colhidas junto às indústrias de Pelotas durante a semana, está sendo negociado a valores de R$ 36,42 o saco de 50 kg. A tendência é de continuar com os preços em queda.
Números da região
- 8.339 hectares plantados, de um total de 173.734
- 5/10/2016 - 36% de área plantada e 30% no Estado
- 5/10/2017 - 4,8% de área plantada na região e 6% no Estado
- Região tem 446 unidades produtoras e mais de 600 produtores
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