Por Vitória de Góes
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Com um novo Hospital Regional de Pronto-Socorro (HRPS) em fase de construção, bem como uma sede própria para o Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), a saúde da população, em especial neste pós-pandemia, é um dos temas que necessitam atenção em uma cidade que chega aos 211 anos de olho no futuro - em especial, nas crianças. Enquanto polo regional de saúde, sendo referências em diversas frentes para os outros municípios da Zona Sul, a área vem crescendo também no potencial econômico.

Desde que foi anunciado, em 2020, o novo Hospital Regional de Pronto-Socorro gerou expectativas para a população da Zona Sul inteira. O atual Pronto-Socorro de Pelotas também atende demandas de outras cidades da região - em torno de 20% dos pacientes são de moradores de outros municípios. O novo espaço terá 9.408,01 m² e irá comportar 159 leitos, sendo 121 destinados para internação e 38 para observação. Além disso, por se tratar de uma unidade hospitalar do tipo II, ou seja, um hospital geral com unidade de urgência e emergência, haverá estrutura para atender 20 pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 10 voltadas para internação pediátrica.

Dentro da estrutura, o secretário de Planejamento e Gestão (Seplag), Roberto Ramalho, também informa que o HRPS terá cinco salas de cirurgia, uma para exame de raio-X, uma para tomografia, uma de ultrassonografia e uma de endoscopia. O investimento total para toda a obra deve chegar a R$ 60 milhões, entre verbas encaminhadas pelo Estado e pela Prefeitura. Diante da magnitude do projeto, um longo trabalho vem sendo feito nos últimos dois anos para colocar a ideia em prática. Em abril de 2022 foi dado início às obras que neste momento se encontram com 35% dos serviços totais executados. A expectativa de término é abril de 2024.

De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), atualmente a principal frente de trabalho está concentrada na execução da supraestrutura da área de ampliação, que já alcançou 90% de conclusão. Além disso, serviços de alvenaria, instalação hidrossanitária, instalação elétrica, instalação de lógica e instalação de HVAC (climatização) já estão sendo realizados. Pela frente, ainda precisam ser iniciados os serviços de cobertura, os revestimentos da ampliação, as pavimentações externas, as pinturas, o sistema de combate a incêndio, a instalação dos elevadores e alguns outros detalhes.

Com projeto de sede própria, HE busca recursos para concretização
Outro projeto aguardado pela comunidade, mas que ainda não saiu do papel, é a construção do novo Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas. Desde 2011 a comunidade acadêmica tem se empenhado para conseguir recursos que possibilitem a construção de uma sede própria do HE/UFPel junto à faculdade de Medicina da universidade. Até então somente o Bloco 3 foi construído e inaugurado em 2020, comportando as unidades de Oncologia e Atenção Domiciliar.
Atualmente o HE é um hospital de médio porte, voltado para o ensino, a pesquisa e a assistência à saúde. O local possui 172 leitos de internação hospitalar e 15 de terapia intensiva, no total mais de 300 mil procedimentos ambulatoriais ao ano. Além disso, a instituição é referência em atendimentos especializados como oncologia, tratamento de HIV e cuidados intensivos. Ao todo, o hospital recebe pacientes de 21 municípios da Zona Sul.

Para a construção da sede própria são necessários R$ 266 milhões de recurso financeiro, em um trabalho previsto para cinco anos. Com uma área total de 39.372m², o projeto conta com a ampliação de números de leitos para 274 de internação e 45 de terapia intensiva. Entre as áreas abrigadas estão clínica médica, ginecologia e obstetrícia, pediatria, centro cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva e semi-intensiva tanto neonatal quanto pediátrica e outros serviços.

A superintendente da instituição, Carolina Ziebell, explica que a ideia do projeto é fazer uma integração maior entre o serviço de assistência à saúde com a formação profissional. Também possibilitará a realização de procedimentos de maior complexidade. “Vamos ter sete salas cirúrgicas, sendo uma delas híbrida, ou seja, que prevê a possibilidade de aparelhos para fazer cirurgia robótica. Isso não imediatamente, mas o projeto já contempla essa ampliação para o futuro”, detalha.

Para conseguir os recursos necessários, Carolina explica que a gestão tem trabalhado para levar o projeto aos deputados gaúchos, tanto na Assembleia Federativa quanto no Congresso, na tentativa de destinação de emendas para auxiliar. Além disso, através da Ebserh, que gere o hospital, está sendo buscado um diálogo com o governo federal para conseguir um aporte de recursos. “A gente tem muitos fatores contribuindo para que nós consigamos esse apoio do governo e consigamos tirar esse projeto do papel. Estamos otimistas”, expõe a superintendente.

Reconhecimento da comunidade
Recentemente o governo federal realizou uma votação online nas propostas para a área da saúde através do Plano Plurianual (PPA) Participativo. Foram mais de 1,3 mil projetos para a área, dentre as quais a construção da sede do Hospital-Escola da UFPel ficou em 6º lugar, com 7.408 votos. O programa propõe levar as 20 propostas mais votadas de cada assunto para a priorização do governo.

O expressivo engajamento mostra a aceitação da população e o reconhecimento da importância do projeto para a região. A partir de agora a avaliação deve passar pelo Ministério da Saúde, pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) e depois pela Câmara dos Deputados e Senado Federal. A partir da sanção do presidente, o governo tem quatro anos para aplicar as ações.