Requalificação
Comerciantes do Fragata cobram adaptações à obra na Duque
Empresários criticam forma como melhorias, entre elas o corredor de ônibus, foram executadas
Gabriel Huth -
A obra de requalificação da avenida Duque de Caxias é inegavelmente importante para a mobilidade urbana não só do Fragata, mas de Pelotas como um todo. Mas, enquanto não fica pronta, e ela se estende desde 2015, tem causado certo transtorno à comunidade - e principalmente aos comerciantes.
Os lojistas da região se uniram, inclusive, em um grupo para cobrar o Poder Público. Eles destacam, antes de tudo, que não são contra, por exemplo, o corredor de ônibus, que mesmo sem estar pronto e funcionando reflete atualmente em falta de segurança, acessibilidade e, consequentemente, prejuízo. “Se o bairro se desenvolve, crescemos juntos. Temos apenas críticas ao projeto e à execução da obra”, comenta o empresário João Leivas. “Não existe meio-fio. Subiram a faixa e não a calçada. Quando chove, fica intransitável”, comenta, destacando também que o atual nivelamento representa risco de acidentes. “Um descuido dos motoristas de ônibus ou do pedestre e um atropelamento pode acontecer”, alerta.
Outra crítica que o grupo faz é em relação à confusão que a instalação do corredor de ônibus causou aos estacionamentos da Duque de Caxias. Assim que a via da direita se tornar exclusiva para o transporte coletivo, não será mais possível parar carros no local. Placas chegaram a ser colocadas com tal sinalização, mas a determinação foi suspensa após mobilização da comunidade, em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores, no último dia 18. “As pessoas não param mais aqui porque não têm onde estacionar. Isso está causando prejuízo aos empresários e em breve ocasionará demissões”, garante Leivas. Essencialmente um bairro lojista, o Fragata tem cerca de 520 estabelecimentos do tipo. De acordo com o comerciante, a diminuição das vendas desde que a obra teve início, em 2015, varia entre 30% e 40%.
A questão da falta de estacionamento, de segurança e de acessibilidade se encontram quando o assunto é o canteiro central da Duque de Caxias. A linha de crédito aberta pelo governo Federal através do PAC Mobilidade Urbana, e acessada pelo município, contempla apenas as faixas de trânsito. O canteiro, onde os carros atualmente ficam estacionados, encontra-se sem estrutura. Embarrado em dias de chuva, fica intransitável para cadeirantes e pessoas idosas, por exemplo. “Se a pessoa deixa o carro ali, é obrigada a caminhar um bom trecho até chegar em casa. Como fica no caso de ser de noite?”, indaga o engenheiro mecânico Ricardo San Martin. “É uma obra de mobilidade urbana, mas por enquanto está se mostrando exatamente o contrário”, critica.
Respostas
O secretário interino de Planejamento e Gestão, Roberto Ramalho, respondeu ao Diário Popular às reclamações dos moradores. Sobre o alagamento que o novo corredor de ônibus tem causado, ele reconhece que em alguns pontos tal problema pode estar ocorrendo. “Foi feita a chamada fresa, ou seja, retirou-se a camada antiga e foi colocado o novo asfalto exatamente com a mesma espessura do retirado. Mas problemas de drenagem existem e serão corrigidos até o final da obra.”
Ramalho salienta que as obras para a requalificação do canteiro central, que poderia resolver os problemas de segurança e acessibilidade, deverá ser licitada e iniciada ainda em 2019. Indagado sobre prazos para a conclusão das obras nas vias da Duque de Caxias, o secretário afirmou que o contrato prevê conclusão em abril deste ano - o prazo inicial era o fim de 2017.
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