Conhecimento

Compreender o presente e aproveitar o futuro

Futurista Lala Deheinzelin estará no Una Talks para falar sobre economia criativa

Divulgação -

É preciso compreender a razão pela qual a economia criativa, compartilhada e colaborativa é estratégica para o futuro. Os modelos atuais não são mais possíveis para o planeta, para a sustentabilidade e a longevidade das iniciativas de gestão em qualquer área. São baseados em recursos tangíveis naturais e conseguem apenas resultados lineares, que crescem por soma. Os desafios que se tem são exponenciais, alerta a futurista Lala Deheinzelin, que estará presente no Una Talks, na terça-feira, dia 21, promovido pela Idealiza Urbanismo, com apoio do Diário Popular.

Juntos para compreender o presente e aproveitar o futuro. Você está pronto? é o tema da palestra de Lala Deheinzelin. Ela explica que a economia exponencial é criativa porque o valor está nos intangíveis. É tudo feito a partir de conhecimento, criatividade, experiência, por isso são completamente estratégicas. É relativo à mudança de matéria-prima.

A economia compartilhada é relacionada à infraestrutura e usa as tecnologias de informação para compartilhar a infraestrutura já existente. A colaborativa é relativa ao modelo de gestão. "Quando se tem estruturas hierárquicas o modelo centralizado tem capacidade de resultado muito limitado. Os distribuídos têm possibilidade de resultados exponenciais imensos", comenta.

Cita como exemplo a wikipédia, feita de uma forma colaborativa, sendo na verdade uma combinação das três economias. É colaborativa porque ganha escala combinando muitos, pequenos e diversos. Por última, a quarta economia, a que chama de 4D, é a geração de resultado nas quatro dimensões, que faz toda a diferença para o futuro.

O diferencial do trabalho de Lala é que começou a desenvolver ferramentas observando e sistematizando processos bem-sucedidos em várias escalas, a partir de quatro eixos: visão de futuro, sustentabilidade, processos colaborativos e economia criativa. "Esses quatro eixos fizeram do meu trabalho um pouco único e pioneiro não só no Brasil", destaca.

Sua percepção foi de que que para conseguir fazer a transição e chegar no futuro desejável é necessário um conjunto de ferramentas que sirva a várias áreas, de fácil compreensão e acesso. O objetivo é preparar as pessoas que serão os facilitadores dessa transição em governos, empresas, instituições, profissionais autônomos e simultaneamente oferecer corpo de conhecimento, processo de uso e comunidade para aplicá-los.

"Eles são uma combinação de estudos do futuro com as quatro novas economias: criativa, compartilhada, colaborativa e fluxonomia 4 D. O resultado não é só moeda e chama-se fluxonomia porque o foco é em processo e não em produto", explica. Segundo Lala, tudo é fluxo. Quando se observa com olhar de fluxo fica mais fácil de entender e serve para conseguir fazer a travessia na transição. Ela passou os últimos dois anos só organizando esses conhecimentos e ferramentas construídas ao longo desse processo diverso para passar às pessoas.

Ferramentas combinadas com processos

Lala conta que é originária do setor cultural. Começou no teatro e na dança, sendo esse o diferencial que tem em relação a outros que lidam com economia criativa. Outra vantagem é que teve uma experiência muito diversa, pois passou por corporações, terceiro setor, governos, instituições de fomento e pela cooperação internacional. Entrou mesmo na economia criativa em 2004, quando o Sistema ONU percebeu que essa era uma estratégia que não havia sido contemplada.

Nesse encontro de 2004 ficou definida a criação do Centro Internacional de Economia Criativa para articular ações da ONU. "O Brasil se ofereceu para sediar o centro e eu fui convidada a fazer o desenho. Infelizmente não avançou por descontinuidade política e brigas internas, mas eu comecei a trabalhar com o Sistema ONU e na agência que estava fazendo essas articulações", conta.

Lala já era futurista e nesse trabalho desenvolvido em quatro continentes pôde notar como era importante atualizar a ideia de economia criativa, com objetivo de desenvolvimento sustentável, e que também era muito importante trabalhar para além de setores. Visão setorial não é tão eficaz, afirma. Começou a se dedicar à importância de ferramentas criativas combinadas com processos colaborativos em rede. "Aí se consegue resultados extraordinários", garante.

A futurista trabalha com o Sistema S, governos, ONGs, cooperação internacional, várias agências do sistema ONU e algumas empresas de ponta. Seu trabalho é mostrar quais as forças que estão mudando o futuro, que é preciso entender o que acontece de novo no presente para poder criar um futuro condizente. "O trabalho de um futurista é sempre pensar o novo. Eu vejo quais as forças que estão mudando o futuro e sobretudo os cosmos. Eu sou cosmista", ressalta.

Currículo internacional
Lala Deheinzelin é destaque entre as três tops futuristas da América Latina, indicada como uma das cem mulheres do mundo que estão cocriando um futuro colaborativo. Possui trabalhos realizados em quatro continentes, com trajetória por todos os setores: cultura, corporações, governos, ONGs, instituições de fomento, ONU e redes colaborativas.

É futurista desde os anos 1990. Criadora do movimento Crie Futuros, é fundadora do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC/ Millenium Project ONU. Publicou livros e artigos sobre Futuro e Economia Criativa em vários países.

Serviço
O quê: Una Talks
Quando: terça-feira, dia 21
Onde: Casa Una/Parque Una
Horário: das 19h às 21h
Inscrições: até esta segunda-feira, pelo link http://bit.ly/UnaTalks

 

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