Demora
Conclusão do Censo 2022 é prorrogada mais uma vez
Pela segunda vez, finalização do estudo tem novo prazo; falta de recenseadores é um dos principais motivos para o atraso
Foto: Carlos Queiroz/DP - Na região de Pelotas, agentes enfrentam negativas às entrevistas
Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)
Marcado por atrasos e dificuldades na contratação de recenseadores, o Censo Demográfico 2022 não será finalizado neste ano. Conforme o último balanço de dados da coleta divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 79% da população já foi recenseada. No entanto, a previsão é que o estudo seja concluído somente no final de janeiro.
Iniciado no dia 1º de agosto, o Censo deveria ter sido concluído em 30 de outubro, prazo que foi prorrogado até o final de novembro. A falta de recenseadores foi o principal motivo do atraso. Agora, com a chegada de dezembro, mês em que os resultados do levantamento deveriam estar sendo divulgados, o Instituto informou que não será possível finalizar em 2022.
Conforme o diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, o novo adiamento se deve à dificuldade na contratação dos entrevistadores e a alta taxa de recusa de moradores de comunidades e de condomínios de faixas mais altas de renda em concordar em receber os recenseadores.
De acordo com o quarto balanço de dados do Censo, o estado mais avançado em coleta é o Piauí (96%), seguido por Sergipe (91%) e Rio Grande do Norte (89%). Já o Rio Grande do Sul (80%) está entre os intermediários em população recenseada.
O coordenador operacional do Censo no RS, Luis Eduardo Puchalski, afirma que a região metropolitana de Porto Alegre e os municípios da Serra gaúcha são os locais que estão mais atrasados em relação à coleta. A falta de recenseadores é uma dificuldade que atinge quase todas as regiões do Estado.
Na Zona Sul, resistência
Para os 13 municípios quecorrespondem à área regional do IBGE Pelotas, a previsão é que a coleta seja concluída até o final de dezembro. Já a supervisão, etapa de revisão do trabalho dos recenseadores, será em janeiro. A coordenadora local do Instituto, Tatiana Gautério, diz que já foi realizada mais de 90% da coleta nas cidades, sendo Pelotas e Piratini os mais atrasados em relação ao restante, que já estão mais próximos da conclusão.
Ao contrário de outras regiões do Estado, na Zona Sul a dificuldade não é a contratação de recenseadores, mas sim a resistência dos moradores no momento da recepção dos entrevistadores. “Nossa dificuldade foi justamente em encontrar as pessoas, assim como as recusas dos moradores em recepcionar os recenseadores”, afirma Tatiana. Neste sentido, a coordenadora ainda pede a colaboração dos síndicos e administradores de condomínio no auxílio para a entrada dos agentes. “Precisamos que essas pessoas sejam parceiros do IBGE para a realização do Censo.”

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