Interminável

Correspondências seguem atrasadas em Pelotas

Correios não conseguem colocar em dia a demanda em Pelotas. Sindicato dos Carteiros afirma que há falta crônica de efetivo

Paulo Rossi -

Os atrasos nas entregas dos Correios seguem sem prazo para ser corrigidos. Mesmo com o problema, ainda não há previsão de concurso público ou contratação de novos carteiros para suprir a demanda diária.

Parte da população acaba sofrendo com os atrasos e precisando encontrar alternativas. É o caso de Ana Maria. Moradora do centro de Pelotas, ela costuma receber as cobranças mensais como água, luz e telefone com atraso. Para evitar o transtorno, tem utilizado a internet e retirado a segunda via antes do vencimento das faturas.

Segundo Henrique Torales, representante do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Sintec/RS), o problema se dá devido à falta de contratações desde 2011. De lá para cá, ele diz terem havido dez mil demissões voluntárias no país, sendo esse o principal motivo do atraso nos serviços.

Em Pelotas, Torales afirma que a situação não é tão ruim quanto em outras cidades da região, mas o problema se dá devido à demora nas cargas vindas de Porto Alegre. Ele diz serem necessários 80 carteiros no município, mas atualmente apenas 60 estariam trabalhando. Em outras cidades a situação está pior. Pelos dados do sindicato, Rio Grande está com 15 zonas sem carteiros, enquanto Bagé está com oito zonas sem cobertura e São Lourenço do Sul conta com apenas dois profissionais fazendo o trabalho que deveria ser de seis.

O representante sindical relata não ver outra forma de resolver a questão senão com concurso público. “Só assim para resolver e voltar a ser o que era antes (...) daqui para frente, só vai piorar”, projeta. Segundo Torales, as contratações temporárias duram apenas poucos meses e não são suficientes para resolver o problema. Além disso, os mutirões feitos em outros momentos também diminuíram, e isso acaba causando a chamada dobra de distrito, quando um carteiro precisa cobrir a sua área e outra.
Um carteiro que conversou com a reportagem - e preferiu não se identificar -, disse também considerar o problema grave. Segundo ele, ficar responsável por duas áreas acaba causando desgaste. “A gente acaba não conseguindo muito”, afirmou.

O que dizem os Correios
A empresa manifestou-se através de sua assessoria de comunicação. Em nota, informou ter havido significativo aumento do número de correspondências e encomendas a serem entregues no início do ano, sendo esse o motivo para possíveis atrasos.

Já para suprir a demanda, as unidades da empresa estão liberando horas extras, utilizando apoio de empregados de outras unidades e realizando mutirões quando possível, mas por questões legais, tal medida não pode ser tomada sempre. Quanto ao número de carteiros, os dados são diferentes dos apresentados pelo sindicato. A empresa afirma contar com 82 carteiros em atividade em Pelotas e um levantamento aponta a necessidade de 89, mas a automação de fluxos e mudança em segmentos fazem a empresa reavaliar o efetivo necessário em cada localidade.

Sobre a realização de concurso público, não há previsão. Por fim, a empresa diz serem diversos os motivos para atrasos pontuais e sugere a utilização dos canais oficiais para registrar os casos para tornar possível sua verificação. O site dos Correios é www.correios.com.br e o contato telefônico pode ocorrer pelo 0800 725 0100.

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