Alternativa

Criatividade para amenizar a estiagem

Casal de moradores da Cohab Lindóia cria sistema caseiro de reaproveitamento de água tratada

Quando se trata de conscientização, o conceito de que todo ato individual impacta no coletivo é de fundamental compreensão. É assim, por exemplo, em campanhas de redução do uso de plástico, reciclagem e descarte correto de resíduos. Em Pelotas, diante das dificuldades no abastecimento de água impostas pela falta de chuva, essa ideia é reforçada para que cada cidadão utilize o recurso de forma prudente.

Com o intuito de economizar água em tempos de estiagem, uma moradora da Cohab Lindóia implantou em casa um sistema de reaproveitamento de água tratada. Servidora municipal da área da educação, Sônia Ramos conta que a ideia surgiu durante conversa com seu marido, Sérgio, e consiste em captar a água usada na lavagem de roupas por meio de uma cisterna caseira, transportá-la do pátio até o banheiro e reutilizá-la no vaso sanitário. “Dá para até dois dias de uso. Achamos maravilhoso”, conta a cidadã, que se diz orgulhosa da simplicidade do método.

A seca vivenciada no Rio Grande do Sul desde novembro do ano passado já levou 386 municípios a decretar situação de emergência. Ela se configura como a principal responsável pelos problemas de abastecimento de água em Pelotas. Os dados do Sanep apontam que a Barragem Santa Bárbara, construída há 52 anos, chegou a registrar 4,13 metros abaixo do nível de captação considerado ideal. A medição foi a mais baixa de toda a sua história.

Ao passar pela BR-116 e ver o quão baixo se encontra o nível do manancial, Sônia relata que ficou preocupada. Ciente de que cada indivíduo é importante na missão de evitar o desperdício, ela visa, com a sua atitude, estimular a população a colaborar. “Sei que não é muito, mas busco divulgar para ver se incentiva as pessoas”, justifica.

Necessidade de engajamento da população
Está em vigor desde o final de fevereiro o decreto de restrição do uso da água na cidade. Desde então é proibido lavar automóveis e calçadas, bem como molhar gramados e jardins. No entanto, as diversas denúncias ainda recebidas pelo Sanep demonstram que parte da população não compreendeu a gravidade da situação. O cumprimento das medidas, assim, é tão importante quanto a chuva no município.

No momento, não se trabalha com a possibilidade de racionamento na cidade e o papel fundamental é dos pelotenses, para evitar que se chegue a esse extremo, como em outras cidades, como Bagé e Hulha Negra. Por isso, a autarquia precisa do apoio da população neste momento, usando a água da maneira mais consciente que puder.

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