Na tarde desta quarta-feira (8), pacientes soropositivos encontraram dificuldades de obter os medicamentos necessários para seus tratamentos por um motivo inesperado. Ao se deslocarem até o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que funciona através de parceria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), encontraram a farmácia do local de portas fechadas pela falta de profissionais.

Em razão das férias simultâneas de duas técnicas, a farmácia acabou tendo um desfalque significativo no serviço e tem funcionado em meio turno. Houve uma tentativa de remanejamento de agentes administrativos para minimizar a ausência das funcionárias, mas não foi possível pelo fato de que, sem a presença de um farmacêutico, não é permitido que se distribuam os remédios. O Hospital Escola, instituição pela qual se materializa a parceria entre a universidae e a secretaria, ainda negocia para repôr a ausência das funcionárias. Nestas condições, apenas a farmacêutica tem trabalhado nolocal. Ela realiza os atendimentos durante a manhã, período em que é possível encontrar atividade no local.

Para quem é ativista e defende a causa dos direitos LGBT, como Rodrigo Rosa, de 28 anos, a farmácia fechada é uma amostra do desmonte que a saúde pública vem sofrendo no país. "É mais uma prova do descaso com a prevenção do tratamento do HIV não só em Pelotas, mas no país. Estão desmontando o sistema única de saúde, o que acaba fazendo com que o governo não dê conta e não consiga garantir a eficácia da saúde pública" lamentou Rodrigo.

Na tarde desta quarta, ela precisou fechar a farmácia para realizar a entrega de relatórios junto ao Ministério da Saúde. "Existem lançamentos que precisam ser feitos a respeito de medicamentos que foram dispensados e que devem ser entregues dentro dos prazos estabelecidos pelo ministério. Nossa farmacêutica teve que fechar a farmácia para entregar esse relatório. Foi uma exceção e amanhã (quinta-feira) estará aberta pela manhã, como tem funcionado ", garantiu a secretária da Saúde, Roberta Paganini.

Medicamentos

Em dezembro, o Diário Popular trouxe a informação de que o Raltegravir de 100 miligramas (mg) não estava disponível nas prateleiras do serviço. Também não havia previsão para a chegada de Abacavir Solução, assim como a liberação abaixo do necessário da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Segundo a secretária, os medicamentos são repassados pelo governo do Estado e a situação já está normalizada e poderão ser encontrados a partir desta quinta-feira na farmácia do serviço.