Crescimento

Depois de cinco meses, Pelotas volta a ter saldo positivo de empregos

Cidade teve um acréscimo de 34 vagas, com destaque para o setor de serviços

Foto: Carlos Queiroz - DP - Gabriela Andrade conseguiu um emprego formal após quase dois anos desempregada

Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)

Após cinco meses com números negativos, Pelotas voltou a apresentar um quadro de melhora no cenário de geração de empregos com carteira assinada. Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em setembro, o Município teve saldo positivo de 34 postos, com uma pequena variação de 0,05%. A virada acontece impulsionada pelo setor de serviços, que lidera na criação de novas vagas de emprego com variação de 0,26%. O setor apresentava um saldo negativo de 38 no mês de agosto, e no mês anterior teve um aumento significativo, chegando ao número de 82 cargos gerados. Por outro lado, o setor de construção segue sendo o mais atingido na Cidade, ainda negativado com -56.

Pelotas - Setembro/2023

Setor Admissões Desligamentos Saldo
Serviços 917 835 82
Indústria 220 214 6
Agropecuária 19 16 3
Comércio 727 730 -3
Construção 304 358 -54
Total 2.187 2.153 34

No cenário nacional, houve uma variação positiva de 0,48% em relação ao mês de agosto, com mais de 44 milhões de vagas de emprego. O Rio Grande do Sul, assim como em agosto, encerrou o mês de setembro com uma variação positiva. Em setembro, o Estado variou 0,05% e teve um saldo de 1.267 vagas. O principal destaque foi o setor de serviços, seguido pelo comércio e agropecuária. No entanto, os setores de construção e indústria apresentaram resultados negativos, -455 e -2.570 vagas, respectivamente. Em Pelotas, a área de construção segue o ritmo do RS, com saldo negativo de 54 vagas. O que destoa é o setor industrial, que fecha setembro positivado com 6 vagas de emprego a mais.

Últimos três meses em Pelotas:

- Saldo de empregos: -187 em julho, -102 em agosto e -176 em setembro.
- Maiores altas foram nos setores de comércio (julho), indústria (agosto) e serviços (setembro).
- A maior baixa foi no setor de construção (julho e agosto e setembro).
- Variação relativa: -0,30% em julho; -0,16% em agosto e -0,28% em setembro.

Para Marcelo Passos, economista e professor na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o aumento na área de serviços, que ocorre na região e no País de modo geral, acontece devido ao aquecimento da demanda, que foi puxada pelo consumo privado das famílias. Já em relação à baixa nas vagas em construção, ele explica que corresponde aos aumentos da taxa de juros que ocorreram no ano passado. "Temos uma defasagem que pode chegar a quatro meses. E há quatro meses, a taxa de juros estava alta ainda. O setor da construção é muito sensível", diz.

Números na realidade
Sarah Matos, de 18 anos, tinha encerrado o vínculo de estágio no Fórum de Pelotas e não estava com esperança de encontrar um emprego com carteira assinada. Após distribuir currículos em muitos lugares, foi contratada no CIEE-RS em setembro. Ela ficou surpresa por conseguir um emprego com carteira assinada, já que formalmente a experiência que tinha se limitava ao estágio. Ela ficou muito feliz com a oportunidade, visto que o emprego de carteira assinada proporciona mais benefícios do que o estágio. "É uma renda que eu sei que vou ter por dois anos (duração do contrato)", relata.

Outro caso é o de Gabriela Andrade, de 27 anos. Depois de quase dois anos desempregada e vivendo apenas com ganhos extras, conseguiu um emprego formal como garçonete em uma cafeteria, também no mês de setembro. "Foi quando eu consegui trabalhar, pegar um serviço fixo na verdade", revela a mulher.

Expectativa
Ainda em relação a Pelotas, o professor Passos expõe que pode haver uma expansão na produção de arroz em função das chuvas, importante em termos regionais, que pode impactar positivamente a economia da cidade. "Pelotas pode se beneficiar da retomada, sobretudo do arroz, mas também de outras culturas", completou. O comércio é outro departamento que pode crescer no final do ano, com a chegada da Black Friday e do Natal, que tem efeitos expansionistas. No entanto, as férias escolares no meio de dezembro geram um efeito contracionista na área do comércio da cidade. "Uma parte da população acaba saindo da cidade, estudantes que vêm de fora", lembra.

Rio Grande
A cidade do Rio Grande caminha com evolução nos números de geração de empregos, encerrando o trimestre de julho, agosto e setembro com boas variações relativas. Em setembro, a cidade portuária chegou a 196 novas contratações. Mesmo assim, o setor da construção teve redução de 11 empregados.

Rio Grande - Setembro/2023

Setor Admissões Desligamentos Saldo
Indústria 232 155 77
Serviços 654 603 51
Agropecuária 87 42 45
Comércio 375 341 34
Construção 97 108 -11
Total 1.445 1249 196

O economista destaca a variação no setor agropecuário (4,62%), devido às políticas da Prefeitura da cidade em relação à agricultura familiar. "Eles têm uma política de aquecimento da demanda por produtos agropecuários familiares", disse. Em Rio Grande, compras governamentais e merendas escolares são provindas da agricultura familiar, o que incentiva o setor. Quanto à redução dos empregos na construção, o especialista entende novamente a defasagem dos juros como justificativa principal, ainda que nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) a taxa de juros tenha caído. "Os efeitos da taxa de juros podem levar 4 ou 5 meses para serem sentidos na economia real produtiva", aponta o professor. Ele também cita o aumento no valor dos materiais de construção ocorrido na metade do ano.

Últimos três meses em Rio Grande:

- Saldo de empregos: 249 em julho, 181 em agosto e 196 em setembro.
- Maiores altas foram nos setores de serviços (julho), comércio (agosto) e indústria (setembro).
- Variação relativa: 0,66% em julho; -0,16% em agosto e -0,28% em setembro.

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