Colaboração

Doações são raras às universidades

Apesar da mudança na lei, auxílio de ex-alunos, empresários e da comunidade ao Ensino Superior é praticamente inexistente

Uma vez entregue o diploma, rompe-se um vínculo. É o que, de forma geral, tem acontecido na relação entre os alunos e as universidades pelotenses. Diferentemente do que ocorre em outras instituições, sobretudo fora do país, por aqui as doações de egressos são praticamente inexistentes. Para tentar estimular uma mudança nesse comportamento não só em Pelotas, mas em todo o Brasil, este mês foi sancionada uma lei federal (13.490/2017) que permite doações direcionadas. Ou seja, ao invés de repassar o auxílio para que as universidades utilizem a seu critério, o doador pode escolher um setor, curso ou pesquisa específica para colaborar.

Apesar das colaborações externas de ex-alunos, empresários e da comunidade em geral estarem previstas desde a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação desde 1996, as duas principais universidades da cidade têm raríssimos casos de doações recebidas. Na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), que já graduou mais de 40 mil alunos, dentre as poucas doações recebidas estão alguns livros para o acervo da biblioteca. Professor de Direito há 23 anos e procurador jurídico, Jairo Halpern acredita que falta um fortalecimento de vínculos entre a sociedade e a academia. “Há um sentimento individual muito presente em detrimento do coletivo. Tanto que não recordo de doações à Católica”, comenta.

Nada muito diferente da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Mesmo sendo a principal instituição de Ensino Superior público da região, tem registro de apenas uma colaboração de egresso nos últimos quatro anos. Uma médica que atuava em Porto Alegre e morreu em 2013 deixou em seu testamento todo o patrimônio para auxiliar a área de Oncologia da Faculdade de Medicina. São apartamentos na capital, salas comerciais, um veículo e uma área no centro de Pelotas que serão leiloados e o dinheiro aplicado em melhorias e na compra de equipamentos oncológicos.

“É um caso bem raro de doação à universidade, não é algo comum. Diria até que é o único que tenho conhecimento”, afirma o procurador federal junto à UFPel, Carlos Bosenbecker Júnior.
Enquanto no Brasil as instituições de ensino lutam para conseguir financiar projetos, incentivar ex-alunos à doação e até mesmo os recursos federais são escassos, nos Estados Unidos ocorre o oposto. “É uma cultura bem diferente daquela difundida na educação brasileira. Aqui, uma vez diplomado, o egresso perde a ligação com quem o formou. É preciso buscar o fortalecimento desse vínculo para que as pessoas se sintam parte da universidade”, avalia Halpern.

Como colaborar
Como ambas as universidades não possuem fundos para doações (chamados Endowments), eventuais colaborações precisam ser tratadas de diferentes formas. Na UFPel, o caminho é através da Reitoria. Já possíveis repasses à UCPel devem ser feitos através da Associação Pelotense de Assistência e Cultura (Apac).

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