Investimento
Editais para ponte de Jaguarão e hidrovia da Lagoa Mirim são lançados
Incluída no PAC, investimento para dragagem e sinalização na laguna é de R$ 50 milhões; para construção da nova ligação a seco, o orçamento é de R$ 500 milhões
Foto: Douglas Dutra - DP - Ambas intervenções são demandas históricas
Durante a reinauguração do aeroporto binacional Brasil - Uruguai em Rivera, também foram lançados editais de licitação para o investimento em mais dois diferentes modais com a integração entre as duas nações. Um para a execução da dragagem da Lagoa Mirim, serviço necessário para a viabilização da hidrovia binacional. Já o segundo, é destinado à construção da nova ponte entre Jaguarão e Rio Branco. Ambas as intervenções são demandas históricas para a promoção de celeridade na movimentação de cargas e desenvolvimento da região sul.
Com investimento previsto de cerca de R$ 50 milhões para a dragagem e sinalização na Lagoa Mirim, o projeto está inserido no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e tem recursos garantidos para sua execução, que tem prazo para conclusão de 23 meses. Já a nova ponte sobre o Rio Jaguarão, na BR-116, terá extensão de 419 metros, sendo que somada aos novos trechos de acesso, totalizará 19,5 quilômetros de rodovia a serem construídos. Aproximadamente 400 empregos diretos serão gerados na região, e o investimento previsto é de cerca de R$ 500 milhões.
Presente no lançamento dos editais, o deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT) destaca que as obras potencializarão o volume de cargas entre os dois países e, consequentemente, as relações comerciais. "Pode diminuir custos, gerando maior competitividade e movimentação de cargas dos nossos produtos. Envolvendo mais emprego, mais renda, isso tudo gera uma sinergia do desenvolvimento social e econômico binacional". Ainda de acordo com o parlamentar, na nova licitação, o Brasil ficará responsável pela construção da nova ponte entre Rio Branco e Jaguarão e o Uruguai pela recuperação da atual travessia. "É um investimento extremamente significativo", analisa. O prazo deverá ser de um ano para a elaboração dos projetos de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), seguido por mais três anos para a execução da obra.
Movimentação nos portos
A viabilidade da hidrovia Brasil-Uruguai é vista pelo presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, como um aprimoramento do desenvolvimento da região e da movimentação dos portos do Estado devido a produtos que hoje são transportados em sua maioria em rodovias. "São novas cargas que vêm para movimentar o porto de Rio Grande, de Pelotas e Porto Alegre e os terminais que estão na hidrovia. Vislumbramos isso como uma obra que vai trazer um reflexo positivo para toda a nossa economia".
O diretor da Agência da Lagoa Mirim, Gilberto Colares, lembra que em 2014, um batimetria do local chegou a ser realizada, mas as intervenções não chegaram a etapa de dragagem. "O transporte de grãos, madeira e calcário são possibilidades extremamente interessantes que agora deixam de ser um sonho e passam a ser próximo da realidade, então estamos vivendo um momento histórico", declara. Ele explica ainda que a hidrovia beneficiaria a produção que sai do nordeste do Uruguai até o Porto de Montevidéo, o que a partir da nova malha poderá ocorrer no terminal de Rio Grande, diminuindo consideravelmente o trajeto de transporte.
Demanda da fronteira terrestre
O alto fluxo de caminhões que cruzaram a ponte Barão de Mauá explicam o porquê da reivindicação de mais de 20 anos por uma nova ponte em Jaguarão. Com a expectativa de mais fluidez no trânsito e aumento do transporte de cargas, o presidente da Associação dos Despachantes, Transportadores e Exportadores de Jaguarão (Adetrans), Felipe Seabra, que acompanha a pauta de perto declara que o lançamento do edital de licitação é um alento. "Há mais de 40 anos que escutamos que vai sair e agora se entende que os dois governos veem a urgência dessa nova ponte para desafogar a antiga. Agora vejo muito mais força para sair".
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