Chuvas

Elevação das águas pode igualar pico de 3,02 metros

Mesmo com volume ampliado pelas chuvas, elevação deve ser controlada

Foto: Volmer Perez - DP - Previsão é de que o pico seja alcançado no começo da manhã desta quarta

Por Douglas Dutra e Heitor Araujo

Embora se mantenha o alerta para a elevação das águas em razão das chuvas dessa semana, o nível do canal São Gonçalo não deve ser superior à máxima observada na quinta-feira (16). O período mais crítico deve ser entre a madrugada e o começo da manhã desta quarta-feira, quando o nível pode atingir o pico histórico da semana passada. "A gente prevê uma nova elevação, mas não vai ser superior às que a gente já teve", resume o diretor da Agência de Desenvolvimento da Lagoa Mirim (ALM-UFPel), professor Gilberto Collares.

Na Sala de Situação, instalada no quartel do Exército em Pelotas, os especialistas passaram a utilizar projeções feitas pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) para antecipar períodos mais críticos de alagamentos a partir dos níveis do São Gonçalo e da Lagoa dos Patos.

A previsão dos especialistas da UFPel concentrados na sala de situação é de que as chuvas devem se deslocar entre esta quarta e quinta para a bacia do Guaíba. Nesta semana, o acumulado pode chegar a até cem milímetros em pontos da Lagoa Mirim. Já na sexta-feira, a tendência é de que o nível das águas em Pelotas baixe, dependendo dos ventos que devem variar bastante devido às áreas de baixa pressão no Oceano.

Chuvas não devem ser determinantes para elevação
Gilberto Collares considera que o nível pode passar dos três metros, mas que as chuvas não são um fator determinante para isso, já que, mesmo que haja um grande volume de precipitação, a chuva não deve ser uniforme em todas as áreas. "O que está fazendo a elevação é a quantidade de água que está chegando, tanto da Mirim quanto de Porto Alegre", diz. "Os nossos prognósticos indicam que não será nos mesmos níveis. Vamos chegar perto deles, mas não a mais do que isso, e nossos sistemas estão controlando tudo isso".

Segundo o professor, as estruturas de contenção na Estrada do Engenho são fundamentais para impedir o avanço da água sobre a cidade, enquanto no Laranjal os alagamentos devem se manter nos próximos dias. "O nosso dique, por muito cuidado de todos que estão trabalhando, está operando da melhor maneira possível e vai conter essa crescente que a gente vai ter logo logo", diz.

Vazão do canal é o dobro do normal
O professor explica que o canal São Gonçalo, mesmo com a elevação das Lagoa dos Patos, continua escoando da Lagoa Mirim para a Lagoa dos Patos e esclarece que o fluxo só se inverte quando a água salgada do oceano entra na Lagoa dos Patos, quando a barragem eclusa do São Gonçalo impede o acesso dessa água salgada à Lagoa Mirim. "Nunca o São Gonçalo inverte fluxo neste período de cheias, está sempre escoando, e está escoando em volumes bastante grandes, até porque temos chuvas consideráveis no sul da bacia hidrográfica", diz.

Segundo o professor, há tanta água na bacia da Lagoa Mirim que a vazão do São Gonçalo chegou a 1,9 mil metros cúbicos por segundo, mais que o dobro da média de vazão do canal, que é de 800 m³/s. No canal de Rio Grande, as medições da FURG apontaram que a vazão chegou a 21,5 mil m³/s no último domingo. "É um volume de água enorme, coisa nunca medida pelos grupos de medição", diz Collares.

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