Com o fechamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Areal, por se encontrar em uma área de risco de inundação, na avenida Ferreira Viana, o atendimento foi transferido desde o dia 13 de maio para o Campus da Saúde da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). O posto fica na avenida Fernando Osório, 1.586, mas para chegar até o prédio é preciso percorrer alguns caminhos. Para quem não está habituado, fica na dependência de informações precisas e este pode ser um dos motivos da baixa procura por atendimento no local. Só na primeira semana, a redução foi de 50%.

A dona de casa Fernanda Goulart, 40, precisou de atendimento médico para a filha Amanda, 14. Na UPA do Areal leu o cartaz com o novo endereço e foi até o Campus Saúde de carro, o que não dificultou localizar a unidade. Em relação ao atendimento, Fernanda até elogiou, pois a longa espera não aconteceu. “Acho que a demanda está menor”, acredita. Já Maria Elizabete Perez Alves, 60, que trabalha com serviços gerais, está com infecção respiratória e precisou de atendimento na semana passada. Através do filho, ela soube que a UPA Areal tinha sido transferida e foi até o Campus. “Está bem mais difícil. Eu moro no Areal e para vir até aqui precisei pegar dois ônibus para vir e dois para voltar”, relatou. Sobre a prestação de serviço em saúde pública, ela considera que está o mesmo, sendo até mais rápido. “Ocorre que já é a segunda vez que venho, pois estou com infecção, daí o atestado é de um dia. No outro, quando ainda precisei de cuidados, tive de ir trabalhar e piorei. Por isso estou aqui hoje (terça).”

O diretor da UPA, Nelson Soares, diz que a procura na primeira semana na UPA reduziu pela metade, de 300 para 150 atendimentos por dia. Mas com o passar dos dias os atendimentos vêm crescendo, à medida que as pessoas vão tomando conhecimento do novo local. “Neste domingo tivemos 159 atendimentos e na segunda foram 172 atendimentos”, destacou.
Já a dona de casa Charlene Pinheiro, 30, não pensou duas vezes em buscar atendimento no Pronto Socorro de Pelotas (PSP) para seu bebê de sete meses. “Fiquei sabendo que lá na UPA poderia alagar, então vim direto para cá. Eu nem sei onde a unidade está funcionando”, alegou. Por ser um local de urgência e emergência, a mãe corria o risco de ser encaminhada para uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Mas o bebê foi atendido e medicado. A assistente social da Coordenação da Rede de Atenção às Urgências da Secretaria de Saúde, Marília Pinheiro, houve um aumento de demanda no PSP, mas nos dois ou três primeiros dias de mudança da UPA. Depois não viram esse impacto no dia a dia de atendimento.

Atendimento
De acordo com a diretora de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Greice Matos, no momento as unidades básicas de saúde que se mantém fechadas são Monte Bonito, Vila Nova, Cruzeiro, Cascata, Navegantes, Loteamento Osório, Jardim de Allah, Simões Lopes, Balsa, Porto, Fátima e Laranjal. Os profissionais destas unidades foram realocados em abrigos do Município e, enquanto essas unidades se mantiverem fechadas, os usuários podem procurar qualquer outra unidade básica de saúde, visto que todas equipes estão orientadas ao atendimento de qualquer usuário, independente de território de moradia. “Além disso, estamos com serviço de teleconsulta, com o atendimento via telefone (53) 3284-2596 e 99954-4977. Os usuários podem entrar em contato nos referidos telefones para atendimento de demandas agudas, bem como acompanhamento de crônicos, gestantes, crianças e demandas de saúde mental”, disse a responsável ao destacar que a procura neste serviço tem sido muito significativa. Isso porque já foram identificadas, tanto nas unidades e nos abrigos, um aumento das demandas respiratórias, provenientes do período sazonal.

Para quem precisa de atendimento na UPA e tiver dúvidas sobre a localização, o telefone provisório é o (53) 99181-0099. ​