Saúde

Espera incomoda quem precisa de atendimento

Tanto na UPA quanto no PSP, pacientes relatam espera de horas em busca de cuidados

Paulo Rossi -

Resignar-se à longa espera na rede pública de saúde já faz parte da preparação de quem busca este tipo de atendimento. Nos últimos dias, tanto a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Ferreira Viana quando o Pronto-Socorro de Pelotas (PSP) apresentaram aumento na demanda e, consequentemente, mais demora para prestar a assistência a quem recorre aos seus serviços.

"Tem que vir preparado para esperar", afirmou Morgana das Neves enquanto chegava à UPA para buscar ajuda para a filha de três anos de idade que apresentava um quadro de tosse e febre. E não era por menos. Duas horas antes, a estudante Camila Larroza havia chegado ao local com fortes dores abdominais. Por sofrer de pedras na vesícula, a estudante de 20 anos de idade já está acostumada a procurar atendimento no local, mas a demora excedeu o padrão. Aflita pelo incômodo causado por sua condição, balançava a perna e tencionava a mandíbula enquanto aguardava. "É injustificável (a demora)", esbravejou.

No PSP, o quadro não era muito diferente. O aposentado Carzoni Guidotti chegou com um quadro de pressão alta, tontura e dor de cabeça. Com dificuldades para se comunicar devido ao estado de saúde, precisou de ajuda da filha, Gilce, para descrever o que sentia. Ele já estava há mais de uma hora aguardando o atendimento. Cadastrado como ficha amarela (as outras classificações são verde, menos grave, e vermelho, mais grave), ele já havia buscado ajuda no dia anterior, mas após ser medicado, a pressão caiu muito. Na manhã desta quarta-feira (15), foi à UPA, mas depois do atendimento a pressão voltou a subir e ele retornou ao PSP. "Preciso esperar, não tem o que fazer", lamentou. Enquanto isso, no banco em frente ao dele, a também aposentada Márcia Cardoso já aguardava há quase cinco horas pelo atendimento.

Disponibilidade de leitos
"Lá dentro tu te apavora." A frase, da filha de uma paciente que preferiu não se identificar, refere-se à espera por leitos. Sua mãe, idosa, aguarda desde a última sexta-feira a transferência para a ala oncológica de algum hospital, mas segue sem respostas. Além da demora nos procedimentos, ela lamenta o fato de dividir espaço com pessoas de doenças variadas. Seu quadro é apontado como urgente pela família, mas, mesmo assim, a espera continua.

Segundo a diretora administrativa e financeira do PSP, Suelen Arduin, é necessária a oferta de leitos para a transferência dos pacientes. Por se tratarem de casos específicos, pois apenas o Hospital Escola e a Santa Casa possuem ala oncológica, a demora pelo leito clínico pode ser ainda maior. Por o paciente tender a ficar mais tempo internado nestas situações, a rotatividade de quartos é menor e os leitos demoram mais a serem ofertados.

Atendimento
A administradora do PSP explica que atendimentos de urgência e emergência são feitos imediatamente. Porém, o fluxo intenso dos últimos dias acabou causando certa demora. Em cerca de duas horas, entre o final da manhã e o início da tarde desta quarta, foram nove pacientes marcados como vermelho e 12 amarelos. Ela aponta as doenças respiratórias, comuns no inverno, como um dos fatores responsáveis pelo aumento na demanda.

UPA contará com novo médico
Com capacidade para atender 175 pessoas por dia, a UPA está registrando mais de 220 atendimentos diariamente, segundo a secretária municipal de Saúde, Ana Costa. Ela reconhece a demora dos últimos dias e, por isso, autorizou a contratação de mais um médico para passar a atender em horário de pico.

 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Um código de ética ao aluno de medicina Anterior

Um código de ética ao aluno de medicina

UFPel  retorna às aulas nesta quinta Próximo

UFPel retorna às aulas nesta quinta

Deixe seu comentário