Análise

Estudo mostra Bacia Hidrográfica Mirim-São Gonçalo com alto teor de fósforo

Em Pelotas, constatação é de que além do elemento, índice de E. Coli é elevado e oxigênio dissolvido é baixo

(Foto: QZ7 Filmes - Especial) - Local: Arroio Pelotas é um dos pontos de coleta no Município

O Relatórios da Qualidade da Água, feito pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) com mais de 80 amostras ao longo do ano passado mostra bons resultados para quase todos os fatores, mas alto teor de E. Coli (bactéria encontrada no trato intestinal) e fósforo em algumas amostras. No ponto de coleta em Pelotas, os dados mostram elevadas concentrações de fósforo, baixos níveis de oxigênio dissolvido (OD) e E. Coli elevada. Uma das hipóteses citadas pelo estudo é que o Arroio Pelotas, um dos pontos de coleta, pode ser contaminado por atividade agrícola, e que o São Gonçalo recebe carga de efluentes ainda maior.

O DP solicitou uma análise geral ao professor do Instituto Federal Sul-rio-grandense, Lukas Boeira, engenheiro hídrico e doutor em Recursos Hídricos. Ele destaca que, no geral, o relatório aponta os principais impactos relacionados a áreas urbanas e rurais. As causas para os números são variadas. “Há questão de fontes de lançamento de esgoto sanitário sem o devido tratamento, a supressão de sistemas naturais com a implementação de culturas perenes e urbanização desordenada, a mineração de carvão e a presença de indústrias químicas e petroquímicas concentradas em sua porção sul.”

Segundo o especialista, no geral, os parâmetros de nitrogênio amoniacal, demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e OD apresentam valores compatíveis com Classe 1 (confira o gráfico), a segunda melhor. Nenhum parâmetro chegou à Classe Especial, a principal. “Já a E. Coli e o fósforo total apresentam menos de 50% das amostras na Classe 1, sendo que a E. Coli tem sete amostras na Classe 3 e uma amostra acima do limite da pior classe, e o fósforo total, dez amostras na Classe 3 e 30 acima do limite da pior classe”, alerta.

“Questões com altos valores de fósforo total podem ser indicativos de despejo de esgoto sanitário sem o devido tratamento no manancial hídrico, onde em excesso podem auxiliar na proliferação de algas, gerando uma eutrofização do manancial e, com isso, prejudicando para os usos múltiplos da água”, explica Boeira.

Ponto positivo
Dentre as outras bacias hidrográficas do Estado, na Mirim-São Gonçalo aspectos de qualidade de água no geral não apresentam comprometimento integral, aponta o professor, destacando que foram identificadas 31 amostras com valores acima do limite de pior classe, ao longo de 18 estações de monitoramento dos mananciais hídricos analisados em nove cidades. “Entretanto, é importante destacar que corresponde apenas a 9,45% do total dos dados classificados”, explica Boeira, alertando, ainda, que a sazonalidade das coletas precisa ser considerada, já que 56 foram no período de inverno e 59 no período de primavera-verão, ou seja, o ano inteiro não é completamente considerado.


Em Pelotas
A zona de análise em Pelotas foi a “UPG Colonial - Pelotas”, com área de aproximadamente 2.478 quilômetros quadrados, com 43% de campo e cerca de 23% destinado à agricultura. Abrangendo seis municípios: Arroio do Padre, Canguçu, Capão do Leão, Morro Redondo, Pelotas e Turuçu.

Foram realizadas 20 coletas em duas estações: na que monitora o Canal São Gonçalo, a sudoeste da barragem-eclusa, foram apontados dados na Classe 1 em quatro dos cinco parâmetros (apenas fósforo total ficou elevado). Já na estação próxima da zona urbana de Pelotas, que monitora o Arroio Pelotas, foram quantidades de E. coli de Classe 3 e OD de Classes 2 e 3, além de alta concentração de fósforo.

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