Problema

Faltam medicamentos na Farmácia Municipal

Remédios fornecidos pelo município e pelo Estado não estão sendo encontrados pela população

Gabriel Huth -

Já na entrada da Farmácia Municipal de Pelotas é anunciado à população que diversos medicamentos estão em falta. A lista, atualizada na última quarta-feira, de remédios repassados pelo Estado, é grande e está exposta em seis folhas nos vidros do prédio. Ao lado, ainda, os nomes dos 16 fornecidos pelo próprio município. São fármacos de uso contínuo, como Carbamazepina, utilizado no tratamento de epilepsia e dor neuropática, e até mesmo antibióticos básicos, como a Amoxicilina. Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que realizou o pedido dos produtos, e eles estão empenhados. Já a assessoria de comunicação social da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul (SES) está checando o problema.

Durante esta semana, ainda, teve quem chegou à farmácia e descobriu que seu remédio está em falta. Porém, o nome não constava nas listas. É o caso do Alenia, para a asma. Outros relatos também citam as mais diferentes medicações, como a Fluoxetina, antidepressivo ausente há dois meses. Já a Carbamazepina entra no terceiro mês consecutivo em falta. Omeprazol e Atorvastatina - utilizados para controlar a gastrite e baixar os níveis de colesterol no sangue, respectivamente -, medicamentos comuns utilizados em diversos tratamentos, também não estão disponíveis.

Os fármacos para pacientes transplantados chamam ainda a atenção. No entanto, possuem diferencial: não são vendidos de forma avulsa. Pelo município, o remédio não é encontrado há dois meses e há mais de um semestre não é repassado pelo Estado. "Nunca tinha faltado antes", afirma um pelotense, que retira as medicações para sua mulher. Ele explica que até consegue comprar, mas se questiona: "E quem não tem condições?". Antigamente, a Farmácia Municipal funcionava das 8h às 17h. Hoje, até as 14h. A demanda aumenta, mas o horário de expediente foi reduzido e o quadro de funcionários se mantém o mesmo. Logo cedo já é possível observar as filas se formando em busca de medicamentos. "Se no município não tem, nos postos de saúde também não", pontua.

Medicamentos em falta
Amitriptilina (25mg)
Aciclovir (200mg)
Cálcio 600 + VIT D (400mg)
Carbamazepina (200mg)
Ceftriaxona (1g)
Clorpromazina (100mg)
Diazepam (5mg)
Espiramicina (5.000 UI)
Fenobarbital (100mg)
Haloperidol Decanoato Injetável
Haloperidol (5mg)
Levofloxacino (500mg)
Nortriptilinas (25mg)
Sulfadiazina (500mg)
Timolol colírio
Varfarina

Resposta do Estado
Em resposta à reportagem do Diário Popular, a Assessoria de Comunicação Social da Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que está fazendo o possível para encontrar as respostas deste problema. Para isso, mobilizou o setor estadual de farmácia. Por se tratar de uma extensa lista de medicamentos em falta, o processo de checagem é demorado.

Alguns remédios sem oferta ao público
Ambrisentana (10mg)
Atorvastatina (20mg, 40mg e 80mg)
Citalopram (20mg)
Fluoxetina (20mg)
Insulina Glargina
Leite em pó pediátrico (Pediasure)
Lorazepam (1mg e 2mg)
Omeprazol (20mg)
Pimozida (4mg)
Trimebutina (200mg)

De acordo com a Assessoria de Comunicação da SES, o Pediasure está disponível em estoque. O fornecedor licitado responsável pela Insulina Glargina "procederá com entrega do fármaco no mês de maio", com data a ser divulgada nos próximos dias. A Atorvastatina está em falta, mas a licitação foi concluída do mês de abril, e a regularização do atendimento aos pacientes cadastrados no Estado será feita junto ao fornecedor licitado. Já o medicamento Pimozida, que neste momento tem o estoque zerado, está com o processo licitatório sendo finalizado. Por fim, com solicitação de compra encaminhada, os estoques do Trimebutina ainda não têm previsão de serem restabelecidos.

Os medicamentos Lorazepam, Pimozida e Trimebutina têm seu fornecimento vinculado à determinação judicial. "Não localizamos nenhuma demanda judicial ativa no município de Pelotas para o medicamento Lorazepam-1mg", afirmaram. Também não foi encontrado registro de pacientes com tratamento ativo utilizando Ambrisentana. A Fluoxetina e Omeprazol, segundo a Assessoria, "constam do componente básico da Assistência Farmacêutica e compete aos municípios o atendimento dos pacientes cadastrados". No entanto, de acordo com a Farmácia Municipal de Pelotas, todos os medicamentos faltantes da listagem são fornecidos pelo estado por ordem administrativa ou judicial.

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