Educação

Fim de semana é marcado pelas provas do Pave

Criado em 2004, programa é um processo alternativo de ingresso à UFPel

Paulo Rossi -

Mais de três mil candidatos realizaram a prova do Programa de Avaliação da Vida Escolar (Pave) neste sábado (08), dividindo-se entre o Colégio Pelotense, Campus Anglo e Instituto de Ciências Sociais (ICH). Cada um desses jovens busca a chance de ingressar na graduação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) sem precisar da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

O Pave é um processo exclusivo da UFPel, oferecendo um ingresso alternativo através de sistema gradual de avaliação no qual o estudante realiza três provas (uma ao final de cada ano do Ensino Médio) com peso que aumenta paralelamente ao avanço dos alunos. A média de pontos das três avaliações forma a nota final do candidato.

A movimentação nos três locais de aplicação do programa iniciou às 13h com a realização da primeira etapa, destinada aos estudantes do primeiro ano do Ensino Médio. Logo após duas horas de teste, os inscritos começaram a deixar os prédios. Em geral, consideraram a prova tranquila.

Um grupo formado por estudantes do Instituto Estadual de Educação Cônego Luiz Walter Hanquet veio de Camaquã para realizar o exame do Pave. Natália Miranda, de 16 anos, chegou a ter aulas especiais, porém acredita que se tivesse estudado mais teria saído melhor na prova. A UFPel é a sua primeira opção em universidade e, para os próximos anos, pretende se preparar o suficiente a fim de aproveitar a oportunidade. 

Sua colega Katherin Martins, de 15 anos, concorda. Considera mais simples dedicar-se a aprender as matérias de um ano de cada vez do que o contéudo de todo Ensino Médio para o Enem. As chances das duas aumentaram com a ampliação das vagas para estudantes de escolas públicas. Em 2018, o número passou de 50% para 75%. 

Também na saída da prova no Campus Anglo estava o jovem Mateus Ribeiro, de 15 anos. Conta que se preparou para o exame, realizando as provas dos cinco anos anteriores para tirar “uma febre”. Estudante do Colégio São José, acredita que a diminuição de vagas para alunos de escolas privadas complica um pouco seu ingresso, mas ainda há chance e aposta no Pave. 

O responsável pela Coordenação de Desenvolvimento de Consursos (Coodec), Albino Magalhães Neto, defende a alteração. “A universidade pública tem que se preocupar em garantir o acesso dos alunos que possuem o seu ensino básico na escola pública. Estamos incluindo quem precisa ser incluído”, comenta. No ano passado o programa passou a contemplar 20% do ingresso total à Universidade. Atualmente abrange cerca de mil vagas entre todos os cursos.

CONSOLIDAÇÃO
O processo das provas transcorreu dentro da normalidade neste fim de semana. Segundo dados do Coodec, o primeiro dia contou com 9% de abstenção, ou seja, 299 candidatos não compareceram para realizar o exame. Os alunos do segundo e terceiro ano do Ensino Médio, composto por cerca de 3,8 mil candidatos, fazem a prova no domingo à tarde. Além do Anglo, Pelotense e ICH, o Instituto Federal Sul-Rio-grandense (IFSul) e o prédio do antigo Salles Goulart também recebem estudantes. 

Esse é o maior Pave já realizado pela UFPel desde sua criação em 2004. Foram 7.511 candidatos inscritos. O programa é considerado por Neto como excelente em termos de metodologia, porém ficou levemente adormecido pela falta de divulgação. Desde o ano passado a Universide vem desenvolvendo um trabalho junto às escolas e à comunidade em geral para repassar todas as informações do processo seletivo. Enquanto os colégios privados estavam cientes do programa, as escolas públicas desconheciam como funcionava e até mesmo que existiam cotas. A expectativa para o ano que vem, segundo o coordenador, é de que sejam mais de dez mil inscritos.

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