Estudo e prevenção
Fique atento aos riscos do verme gigante do rim
Doença Dioctofimatose transforma-se em Simpósio Estadual organizado pela UFPel
Paulo Rossi -
Pesquisadores do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e da Argentina estarão reunidos entre quinta (27) e sexta-feira. Na pauta do simpósio estadual - organizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) - a Dioctofimatose, que pode provocar a morte de cães e gatos e atingir também a população. Nos últimos oito anos, 200 casos da doença - conhecida como Verme gigante do rim - já foram diagnosticados entre os municípios de Pelotas, de Capão do Leão e do Morro Redondo.
A estimativa, entretanto, é de que o número seja bem mais alto. A desinformação sobre o tema e os milhares de animais que vivem soltos pelas ruas, com acesso a águas contaminadas com os ovos do verme Dioctophyme renale, contribuem para a doença se alastrar. E o alerta vem da análise também de outros animais, como as tartarugas, que têm funcionado como sentinelas e demonstram o nível de contaminação do ambiente; sejam valetas, banhados ou canais que cruzam a cidade. E não raro, em períodos de chuva mais intensa, transbordam e espalham não só a água. Alastram o risco, tanto para cachorros e gatos quanto para a criançada.
"Por isso, defendemos tanto a importância da posse responsável", ressalta a pesquisadora do Instituto de Biologia da UFPel, Carolina Silveira Mascarenhas. E faz referência não só ao controle sobre os locais em que o animal circula quanto à observação de eventuais sintomas - leia mais nesta página.
Saiba mais sobre a Dioctofimatose
A doença pode provocar a morte de cães e gatos, se não tratada a tempo. O verme, que pode atingir até um metro de comprimento, aloja-se, em geral, no rim direito dos animais e passa a se alimentar do tecido do rim. Em alguns casos, o verme também se instala na cavidade abdominal.
Animais filhotes ou adultos, machos ou fêmeas são atingidos. Não há um perfil mais propenso.
Como é uma zoonose, pode também atingir humanos. Até hoje, entretanto, os casos são pouco frequentes. A maioria dos relatos é do continente asiático.
Como os animais se infectam?
Os cães e gatos "parasitados" eliminam ovos do verme pela urina e acabam contaminando ambientes, como canais de captação da chuva, banhados e valetas.
Outros animais domésticos podem se infectar ao ingerir essa água com minhocas aquáticas, que se alimentaram de ovos do verme e acabaram desenvolvendo a larva. Peixes, rãs, sapos e tartarugas também podem transportar a larva infectante, depois de ter se alimentado da minhoca. Daí a importância de se manter vigilante sobre os locais onde seu animal transita. Principalmente cães de rua, famintos, ficam mais vulneráveis, já que podem comer resíduos como carcaças de peixes contaminados.
- Conheça os sintomas
* Urina com sangue
* Dor abdominal
* Dor ao urinar
* Anemia
* Fraqueza
* Tristeza
Detalhe: alguns animais não apresentam sintomas, o que muitas vezes dificulta a identificação da doença.
- Como diagnosticar e tratar?
- O diagnóstico pode ser feito de duas formas:
* Através de exame de urina;
* Através de ultrassonografia, fundamental para visualização do verme no rim ou em outros órgãos;
"Mesmo que o exame de urina der negativo, não é conclusivo para descartar a Dioctofimatose. Pela urina, a doença só é identificada se o verme estiver localizado no rim e se for fêmea", explica a coordenadora do Laboratório de Parasitologia de Animais Silvestres, Gertrud Müller Antunes. Por isso, a importância do ultrassom, que pode confirmar ou descartar o quadro.
- O tratamento é feito através de cirurgia para retirada dos vermes. O tamanho da infestação e a rapidez com que irão se desenvolver variam muito de caso a caso. Em situações pontuais, o cão ou o gato eliminam o verme pela urina - acrescenta a doutoranda Soliane Perera.
Fique atento!
- Cães e gatos não transmitem a doença para o homem.
- Dados de Secretaria de Saúde de Pelotas apontam: a população canina está estimada em 66.723 animais: 46.706 semidomiciliados, 6.672 de rua e 13.345 domiciliados.
Para participar do Simpósio
Ainda é possível inscrever-se para participar do evento.
* Valores:
- Estudantes de graduação: R$ 40,00;
- Alunos de pós-graduação: R$ 50,00;
- Profissionais: R$ 90,00.
* Informações
- e-mail: [email protected]
- Site: wp.ufpel.edu.br/simposioestadualdioctofimatose/sobre/
- Rede social: www.facebook.com/simposiodioctofimatose/notifications
* Promoção
- Instituto de Biologia: Laboratório de Parasitologia de Animais Silvestres (Lapasil)
- Faculdade de Veterinária: Projeto Dioctophyme renale em Cães e Gatos (Prodic) e grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Produtos Naturais na Clínica Médica Veterinária (Fitopeet)
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