Reconhecimento

Fora dos muros da escola e dentro do cotidiano da sociedade

Trabalho de Biatrice de Leon Cantaluppi, de 14 anos, foi selecionado entre mais de 250 de todo o Brasil ao tratar dos canudos biodegradáveis

Carlos Queiroz -

O potencial de transformação social da educação ganhou mais um exemplo em Pelotas. Partiu da cabeça da jovem Biatrice de Leon Cantaluppi, 14 anos, uma ideia que une a ciência a práticas cotidianas da sua escola e da comunidade. Junto com o professor de Biologia Vinicius Vargas de Castro, foi dentro da Escola La Salle Pelotas que a jovem desenvolveu um projeto para a produção de canudinhos biodegradáveis.

A ideia vem ganhando projeção em feiras científicas e participará da Mostra Nacional de Educação, Ciência e Tecnologia (Mostrarob), organizada pelo Campus Pelotas do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) entre os dias 11 e 13 de setembro. O trabalho também participou da 3ª Feira Nacional de Iniciação Científica (Femic), realizada na cidade de Mateus Leme, em Minas Gerais, quando foi selecionado entre mais de 250 projetos de escolas de Ensino Fundamental de todo o país.

Foi uma espécie de provocação lançada pelo professor Vinicius em sala de aula que despertou a iniciativa. O assunto veio à turma com a validação da lei em Pelotas que obriga bares, restaurantes e similares a ofertarem apenas canudos biodegradáveis. Aos alunos, o professor pediu pesquisas direcionadas às consequências do lixo no meio ambiente.

"Eu estava pesquisando em casa, na internet, estas consequências, e encontrei uma imagem de uma tartaruga com canudinhos no nariz. Aquilo me chamou muito a atenção", conta a estudante. Da indignação veio a inspiração do projeto como um alerta para a sociedade dos malefícios do plástico na natureza.

Celudinho: uma ideia sustentável
O nome "celudinho" é uma comparação com o material utilizado para a produção dos canudinhos: a celulose. Entre os objetivos estão diminuir a poluição e gerar consciência ambiental entre os colegas estudantes.

"Recentemente fizemos uma experiência de colocar a cor da escola no canudo para ver como fica. A ideia é confeccionar canudos para a própria escola utilizar", adianta o professor. Orgulhoso, o docente não poupa elogios à aluna, que voltou ainda mais disposta a pesquisar depois de participar do evento em Minas Gerais.

Foram trocas de experiências, de pesquisas e de culturas, conta Biatrice, sobre participar do evento. As ideias de outros estudantes podem, num futuro próximo, se transformar em parcerias.

"Quero criar um blog para contar como foi, desde o início, até desenvolver a ideia e continuar contando como está o andamento da experiência", projeta. Além de divulgar seu próprio trabalho, esta iniciativa pretende auxiliar e estimular outros colegas a seguirem o caminho do estudo e da pesquisa. Ao projetar o futuro, a pesquisa científica sempre é parte do projeto pessoal de vida. "Desde criança eu quero ser dentista. Depois de participar do projeto, da feira, agora penso que gostaria de ser pesquisadora", anuncia com convicção.



A lei em Pelotas


Obriga restaurantes, lanchonetes, bares e similares, barracas de praia e vendedores ambulantes a ofertar apenas canudos feitos com material biodegradável.

Punição
Multa de uma tonelada de ração para cachorros ou uma tonelada de ração para cavalos direcionados ao Canil Municipal e à Hospedaria dos Grandes Animais. Em caso de reincidência, a multa dobra para duas toneladas.

Denúncias
156 - Ouvidoria Municipal.

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