Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)

O furto e o vandalismo de placas de sinalização do trânsito vêm sendo recorrentes no bairro Porto, em Pelotas, e têm gerado transtornos à circulação de veículos, já que compromete o entendimento correto do fluxo nas vias. A situação fica mais complicada por se tratar de uma região com ruas utilizadas diariamente para o ensinamento, com aulas práticas das auto-escolas, confundindo os alunos. As principais ausências são de placas de pare, além de outras sinalizações que estão bem comprometidas.

Alguns moradores que transitavam pelo local afirmaram que a falta de placas na região não é uma adversidade recente. O trabalhador Cauê Teixeira, 32 anos, não mora no Porto, mas circula pela região algumas vezes por semana a serviço. Em 2013, quando pretendia tirar a carteira de motorista, lembra que fez várias aulas práticas nas ruas do bairro, e já era confundido pela sinalização precária deixada pela falta de placas. "Fazendo as aulas, seguido faltava placa". Na opinião dele, que hoje apenas percorre pela região, o sumiço dos sinais está aliado à degradação ou até roubos.

Em uma das pausas da aula prática, o instrutor de trânsito do CFC União há 22 anos, Rodrigo Bica, comentou sobre o problema que afeta diretamente o exercício da sua função profissional. Ele explica que a zona do Porto é utilizada há muitos anos para treinamento de todo tipo de aluno, desde os que já têm noção de direção até os que inexperientes, por ser uma região com menor fluxo. "Por ter menos movimento e ser mais residencial, é uma região que tem pouca fiscalização, pouca polícia, pouco azulzinho (agente de trânsito) e Prefeitura", destaca o instrutor.

Segundo Rodrigo, o sumiço de placas é espalhado pelo Porto. Nas proximidades do prédio Cotada, do Centro de Engenharias da UFPel, não são encontradas as duas placas de pare. "Ali, já estão faltando duas", apontou, indicando o cruzamento das ruas Almirante Tamandaré e Giuseppe Garibaldi. O instrutor revela que reposição de placas é realizada periodicamente pela Prefeitura, mas os materiais acabam desaparecendo em questão de semanas. "Dura em média um mês. Se eles puserem aquela sinalização, daqui um mês não tem mais", expõe.

"Nós, que somos instrutores antigos, já sabemos as preferências e vamos indicando onde precisa parar. Mas para o aluno que está fazendo uma aula técnica, o que dá para ele a visão de onde parar, não tem". O instrutor diz que o que alivia a situação é que os exames realizados pelo Detran não acontecem naquela região, e sim mais próximos ao Centro, para não gerar confusão nos alunos. Ele indica que o encontro das ruas Almirante Tamandaré e Dona Mariana, onde foram tiradas as placas de sinalização para definir a preferência, é um ponto que gera constantes acidentes. "Se tu para ali naquela esquina, dez minutos, tu vai ver os carros se cruzarem. Não sei como eles não se batem", ressalta.

O que diz a Prefeitura
De acordo com o secretário de Transportes e Trânsito, Flávio Al Alam, as placas são substituídas por ausência ou danificação. "Ao identificarmos alguma placa em falta ou mal estado imediatamente trocamos", diz o secretário. Quando questionado acerca das fiscalizações, o secretário afirma que elas ocorrem de várias formas. "Agentes que circulam nas vias e nos avisam, usuários que nos informam, nosso pessoal de sinalização e estas informações podem ser feitas tanto presencial como via e-mail direto da secretaria".

Ainda, conforme Al Alam, a ausência de placas de sinalização na cidade pode gerar alguns transtornos ao trânsito e à segurança viária. "Mas, quando não tem alguma sinalização, as pessoas que têm CNH devem saber as regras do código Brasileiro de Trânsito. Principalmente a regra da mão direita que é a que consta a regra quando não há sinalização de pare em algum cruzamento", aconselha.