Economia
Gasolina mais barata em Pelotas
Redução do preço de saída das refinarias começa a se refletir nas bombas e consumidores comemoram a volta do preço abaixo dos R$ 5,00
Carlos Queiroz -
A queda nos preços dos combustíveis nas refinarias começa a se refletir nas bombas. Um alento ao consumidor, já acostumado aos frequentes aumentos dos últimos meses e a ver o preço cada vez mais acima dos R$ 5,00. Os levantamentos da Petrobras mostram um recuo, referente à gasolina comum, girando em torno dos R$ 0,40 de setembro até o final de outubro.
Em 25 de setembro, quando houve a primeira queda, o preço de saída da gasolina comum da refinaria era de R$ 2,2514. Foram dez recuos consecutivos, fechando o mês de outubro a R$ 1,8623. Novembro já se iniciou com nova queda e o preço cobrado até o feriado de Finados era de R$ 1,8466. A redução é de 17,98% em menos de 40 dias. No mesmo período, o preço do litro do diesel baixou de R$ 2,2964 para R$ 2,1228, ou seja, 7,56% a menos.
Para o consumidor, a baixa é motivo de comemoração. Nos postos de Pelotas, onde a gasolina comum chegou a ultrapassar os R$ 5,20, hoje já é possível encontrar o combustível por até R$ 4,64. Na maioria dos estabelecimentos, no entanto, o valor fica entre R$ 4,84 e R$ 4,89. O maior encontrado pela reportagem foi de R$ 4,99. O motorista Mário Roberto Couto celebra a baixa. Funcionário da prefeitura do Capão do Leão, dirige cerca de 20 quilômetros diariamente para trabalhar. "Aos pouquinhos, vamos sentindo no bolso. Antes era aumento todos os dias", comenta.
A mudança é explicada pelo economista Ezequiel Megiato, coordenador do Escritório de Desenvolvimento Regional da Universidade Católica de Pelotas (EDR/UCPel), que mantém um estudo sobre as mudanças de preço da gasolina em Pelotas e deve apresentar um novo balanço nesta semana. Embora o preço médio total do município ainda não tenha sido alcançado, o processo de execução da pesquisa já deixa claro que, realmente, é grande a diferença.
O principal motivo é a variação da taxa de câmbio. A grande oscilação, também para baixo, é quem trouxe a diferença. Se no último ano o valor do dólar só subia, somando-se aos reajustes dos tributos, agora a realidade é outra. O fortalecimento do real frente à moeda estadunidense nas últimas semanas é apontado pelo economista como um motivo para refletir nos preços das refinarias.
A política mais aberta da Petrobras, expondo a variação diretamente de acordo com o câmbio, também motiva as mudanças. Mesmo assim, ele não acredita que os quase 20% se refletirão nas bombas. "Sempre é um pouco menos", explica, citando variáveis, como o deslocamento e a distância dos postos em relação às refinarias. Além disso, as abastecedoras costumam trabalhar com um estoque maior e o preço é praticado conforme essa reserva. Assim, a variação ocorre de maneira sistemática.
Megiato demonstra-se otimista com a estabilização ou novas baixas. Isso porque o mercado demonstra uma situação também com certo otimismo quanto à economia nacional. Dessa maneira, tirando a especulação sobre o real, a tendência é ter um cenário mais positivo na situação macroeconômica do Brasil.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário