Combustível

Gasolina volta a subir em Rio Grande

Forte competição entre os postos de combustíveis motivou a queda nos preços no início deste ano

Jô Folha -

Os moradores de Rio Grande iniciaram o ano com queda significativa no valor de um item que vinha pesando no bolso: a gasolina. O motivo para a baixa, segundo especialistas, não veio das refinarias. Foi, na verdade, uma "guerra de preços" entre os próprios postos de combustíveis. Nos últimos dias, porém, o valor voltou a subir e já se compara ao praticado em Pelotas, apesar de ainda permanecer um pouco mais barato.

O professor Tiaraju de Freitas, coordenador do Centro Integrado de Pesquisas da Furg, monitora os preços do combustível no Estado desde 2006. Ele explica que em alguns municípios os postos trabalham com baixa margem de lucro, mas Rio Grande nunca fez parte deste grupo. Porém, no início deste ano, um revendedor decidiu trabalhar com preço bem abaixo dos demais. Esta foi uma atitude isolada e por breve período.

Pouco tempo depois, notou-se uma nova queda nos preços e a gasolina comum chegou a ser vendida por R$ 3,85. Desta vez, não foi em apenas um, mas em vários postos. A situação se manteve por pouco mais de uma semana. Essa briga por oferecer o menor valor ao consumidor é chamada pelo especialista de "guerra de preços". "É uma situação em que as empresas trabalham com margens reduzidíssimas", explica. Já para o consumidor, é um momento em que o item pesa menos no orçamento.

O Diário Popular pesquisou os valores da gasolina comum em dez postos de Rio Grande na última terça-feira. O valor mais barato encontrado foi R$ 4,23 e o mais caro R$ 4,49. Na média, o preço fica em R$ 4,36. Já em Pelotas, levantamento do Procon realizado em 21 de fevereiro aponta R$ 4,37 como preço mais baixo e R$ 4,63 o mais alto. A média é de R$ 4,50, cerca de 1% a menos do que o registrado no início daquele mês.

Nos postos, a insegurança

Se para o consumidor a instabilidade no preço já é ruim, para o revendedor é pior ainda. Quem garante é Henrique Moreira, diretor regional do Sulpetro, sindicato da categoria. O aumento no valor provocou queda significativa do movimento, enquanto o custo para manter o posto funcionando apenas cresce. "Só a energia elétrica aumentou 30%", recorda. "Nunca esteve tão ruim para o posto", afirma.

Em julho do ano passado, a Petrobras adotou uma nova política de valores. Desde então, a companhia passa a acompanhar os preços praticados no mercado internacional. Isto implica uma variação praticamente diária nos custos, contanto que esta oscilação não ultrapasse 7% para mais ou para menos. Qualquer alteração fora dessa faixa terá que ser autorizada pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (Gemp). Deve respeitar, também, a margem estabelecida pelo Grupo. Antes, segundo Henrique, a mudança ocorria geralmente uma vez por ano.

Na avaliação de Tiaraju de Freitas, essa instabilidade de preços na Petrobras é sim uma realidade. Neste contexto, ele atenta para um fato. Quando o preço sobe na refinaria, ele chega ao consumidor rapidamente. Porém, quando ocorre diminuição, o efeito é repassado tardiamente aos clientes. Para facilitar o controle do consumidor final, no mês passado a Petrobras passou a divulgar as alterações com base nos preços médios do combustível e não mais por percentuais como vinha sendo feito. Agora, há uma informação concreta de quanto o litro é vendido, em média, nas refinarias.

O custo de um litro de gasolina comum

ICMS: R$ 1,33
PIS/Cofins: R$ 0,58
Cide: R$ 0,07
Gasolina A (73%): R$ 1,40
Etanol anidro (27%): R$ 0,59
Margem das distribuidoras, dos postos e frete: 14%

Fonte: Sulpetro / vigência a partir de 1º de fevereiro de 2018

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