Paralisação
Greve dos Correios tem adesão de 80% em Pelotas
Na cidade, serviço de entrega está funcionando de forma parcial; prioridade é para encomendas do Sedex
Jô Folha -
Os serviços de entregas de encomendas com hora marcada, como o Sedex 10, Sedex 12 e Sedex Hoje, estão suspensos desde esta quinta-feira (12). A decisão ocorre em razão da greve dos trabalhadores dos Correios, iniciada na última quarta-feira em todo o Brasil. Em Pelotas, a estimativa do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect) é que cerca de 80% dos funcionários aderiram à greve, a maior parte entre os setores operacional e dos motoristas. Os outros 20% seguem trabalhando com os serviços de postagem de cartas e encomendas nas agências. Em uma das agências da cidade, o serviço de entrega já registra um dia de atraso nas entregas e funciona de forma parcial. Em alguns locais é realizado por funcionários deslocados de outros setores. Segundo relatos de trabalhadores da empresa, algumas regiões do município que eram atendidas por três carteiros contam, agora, com um.
Conforme a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a greve teve adesão de todos os 36 sindicatos de trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). A Fentect alega que a direção da estatal se recusou a negociar um novo acordo coletivo. Além de serem contrários à proposta de privatização dos Correios, a retirada de benefícios dos trabalhadores, como a participação de pais e mães em planos de saúde, há a reivindicação de reposição salarial de acordo com a inflação do período e de melhores condições de trabalho.
Sem acordo
De acordo com Emerson Saes, titular da secretaria da subsede Pelotas, do Sintect, esses benefícios, compõem a maior parte da remuneração e totalizam, em média, cerca de R$ 7 mil, sendo que esse valor é variável conforme o tempo de serviço de cada funcionário. Segundo ele, o acordo coletivo anterior terminou em 31 de julho e as negociações para um novo estavam sendo feitas por meio de conciliação e mediação pré-processual no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Sais conta que a categoria estaria prestes a aceitar uma proposta de reajuste de 1% no salário além da manutenção de todos os benefícios, mas que a postura adotada pela estatal teria mudado após a troca no comando da empresa. Segundo ele, a categoria já havia indicado a aceitação a outra proposta de extensão do acordo coletivo vigente até que a negociação de um novo fosse firmada. No entanto, a direção da ECT recusou.
Conforme um funcionário de uma das agências dos Correios em Pelotas, que preferiu não ser identificado, a redução no quadro desde a última quarta atingiu cerca de 50% na agência onde atua. Apesar do número, ele conta que o impacto foi parcial nas entregas. A prioridade está sendo para encomendas do Sedex, e em seguida as da modalidade PAC, que estão com um dia de atraso. Apesar de não ter aderido à greve, ele conta que é a favor da mobilização, pois alega que está em curso um projeto do governo de grande redução salarial. Além disso, o funcionário afirma que uma possível desestatização ou privatização da Empresa representaria um grande dano à população e aos trabalhadores.
Segundo Emerson, na Zona Sul a adesão à greve não é total e é mais intensa nas cidades menores. Ele estima que a grande paralisação no estado de São Paulo, que funciona como centro de distribuição de encomendas para todo o país, pode ocasionar à interrupção total do serviço no Brasil.
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