Movimento
Greve na Santa Casa é suspensa
Em assembleia nesta quarta-feira, trabalhadores decidiram suspender a paralisação e manter o movimento paredista
Jô Folha -
Atualizada às 18h32 para acréscimo de informações
A greve dos trabalhadores da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas está suspensa. Após audiência entre integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Serviço de Saúde de Pelotas (Sindisaúde) e o setor administrativo do hospital, na tarde de ontem, ficou acertado que os salários de julho seriam quitados entre o final da tarde desta quarta e o início desta quinta-feira. Às 12h desta quarta, todos os funcionários voltaram aos seus postos de trabalho.
Na noite desta quarta-feira, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) também reuniu a classe para debater débitos da Santa Casa com os profissionais. Na semana passada, a própria Santa Casa divulgou que estavam pendentes pagamentos com 207 médicos.
O passivo de férias também deverá ser quitado até o dia 30, para que a greve seja encerrada de vez. Até lá, os trabalhadores mantém o movimento paredista, que busca o fim do parcelamento de salários como acontece há alguns meses na instituição. O acordo foi costurado na tarde desta terça-feira (20) em audiência na Justiça do Trabalho.
Acordo firmado
A administração do hospital e a categoria entraram em acordo a partir da confirmação, por parte do município, do depósito correspondente a procedimentos de média complexidade, em 48h. A sinalização foi na tarde desta terça e a expectativa entre os funcionários era receber no final da tarde desta quarta, conforme estabelecido na audiência.
O valor, já depositado nesta quarta conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), é de R$1.280.249,00. Até o início da semana, os funcionários da Santa Casa receberam apenas uma parcela referente a 24% do salário. Para completar os outros 76%, são necessários R$1.221.000,00.
“Na verdade é de praxe. A Santa Casa solicita e, se a gente tem saldo, a gente antecipa o repasse do recurso, que seria enviado na virada do mês. Hoje já foi feito o depósito para eles”, afirmou Leandro Thurow, titular da SMS.
Além de quitar a folha de julho, o hospital se comprometeu em realizar pagamentos de salários em parcelas de 50%, evitando pagamentos menores, por solicitação do próprio Sindisaúde. Outro ponto acordado entre sindicato e administração da Santa Casa é não descontar daqueles funcionários que estão sem vale-transportes para se deslocar até o hospital.
“Os vales foram pagos na segunda e dentro de um prazo de cinco dias úteis estarão disponíveis. Aqueles que não tiverem vale não serão descontados”, garantiu o administrador da Santa Casa, Roberto Nogueira.
Movimento permanente
“O que a gente fez foi dar um voto de confiança na administração da instituição”, comenta o técnico em enfermagem, André Pinheiro. Caso o que foi acordado não seja cumprido, avisa, o movimento e a greve podem ser retomados. O acordo entre hospital e funcionários foi sugestão da juíza do trabalho Cacilda Ribeiro Isaacsson.
André também confirma que os funcionários continuarão arrecadando alimentos para aqueles colegas que estão passando necessidades. Os pontos de coleta são na portaria do hospital, pela rua General Neto, e na sede do Sindisaúde (rua Marechal Deodoro, 360).
Fôlego será o crédito
Ao mesmo tempo que a questão dos salários foi, momentaneamente, resolvida, fica a expectativa para o próximo mês. A administração aguarda a resposta do Banrisul para o empréstimo de R$60 milhões. “Fica registrado que, no momento em que o numerário do crédito emergencial para atendimento de fluxo de caixa, hoje estimado em R$10.000.000,00, junto ao Banco Banrisul for efetivamente disponibilizado, a primeira parcela será destinada para colocar os salários e férias em dia, e contingenciamento de uma folha de pagamentos”, diz o documento assinado na Justiça do Trabalho. Ainda não há previsão para a liberação do recurso.
Leitos vagos e Pronto-socorro lotado
Um informativo lançado pelo Conselho Municipal da Saúde (CMSPel) na terça-feira indicava que, em uma visita a instituição, foram encontrados 71 leitos vagos nas áreas clínicas, cirúrgicas, traumatológica, obstétrica, pediátrica, entre outros. No Pronto-Socorro de Pelotas, 75 pacientes aguardavam leitos de internação. A situação foi aliviada nesta quarta-feira em acerto com outros hospitais da cidade. “A gente espera que, com esse acerto, que estes leitos possam ser ocupados. A greve não chegou a atingir isso. O problema é falta de médicos”, manifesta o coordenador Luiz Guilherme Beletti, do CMSPel.
A falta de médicos foi confirmada por Leandro Thurow, secretário de saúde. “O motivo dos leitos estarem vagos, segundo a direção da Santa Casa, é a dificuldade na contratação de médicos e equipe. Temos monitorado a lotação do Pronto-Socorro e hoje está dentro dos padrões da normalidade”, afirmou.
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