Música
Grupos de Caps lançam CDs no Dia Mundial da Saúde Mental
Integrantes das oficinas de música dos Centros de Atenção Psicossocial apresentam o trabalho na tarde de terça no Salão Nobre da prefeitura
Jô Folha -
“A música é muito importante pra nós. Ajuda a gente a se unir. Aqui todo mundo é uma família. Faz muito bem pra nós.” O relato é de Patrícia Ilha, durante as aulas de música no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Porto, no centro de Pelotas. Todas as terças-feiras à tarde, em torno de 15 homens e mulheres se reúnem para tocar, cantar e fazer música juntos. Há alguns anos, as aulas do professor Izamir de Farias deram origem ao grupo Revolver. Na tarde de quarta-feira (10), para comemorar o Dia Mundial da Saúde Mental, quatro grupos lançam CDs e DVDs de música no Salão Nobre da prefeitura. A atividade começa às 15h.
Além do Revolver, o grupo Vocal Esperança e o Grupo Musical Los Lokos lançam um DVD gravado ao vivo durante apresentação na última edição da Fenadoce. Relacionado ao Caps Escola, unidade conveniada com a Universidade Católica de Pelotas (UCPel), o grupo Felizarte também lançará um CD a partir das oficinas terapêuticas realizadas ano passado. Além de lançamentos, cada grupo fará uma apresentação especial durante o evento.
Musicoterapia
Izamir desenvolve a música como terapia para tratamentos psicológicos há 20 anos na rede pública de saúde. No início, as oficinas ocorriam dentro de postos de saúde, até o surgimento dos Caps. Quando os acordes dão o tom no violão, o professor é apenas “mais um” integrante da banda, como ele mesmo diz. “Aqui cada um tem uma história e sua importância para o nosso grupo. Aqui a gente trabalha uma construção coletiva através da música”, contextualiza, enquanto os violões são afinados e as percussões distribuídas entre os interessados.
A gravação, a capa, a escolha das músicas e toda a concepção foram feitos dentro da sala da sede do Caps Porto, na rua Félix da Cunha. É tudo artesanal, adianta Izamir. “Não é um CD tradicional, é um produto original, com fins terapêuticos. Tem a linguagem própria, tem conceito, afeto”, comenta o professor.
Há alguns anos, quando perdeu a mãe, Patrícia enfrentou momentos difíceis. Foi na música e nos encontros do Caps que surgiram forças. Ela lembra da letra da música Tente outra vez, de Raul Seixas, cantada muitas vezes pelos colegas, como fonte da força para seguir no tratamento e nos encontros.
Atenção à saúde mental
Atualmente, Pelotas conta com oito Centros de Atenção Psicossocial, conhecidos como Caps. O atendimento varia entre 750 e mil pessoas por mês. Segundo a prefeitura, todos os dias ingressam entre cinco e dez pessoas novas em cada unidade.
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