Precariedade

Habitações avançam no Santa Bárbara

Moradores que habitam as margens do canal já foram retirados anteriormente, mas alguns acabaram retornando ao local

Jô Folha -

Quem passa pelas margens do canal Santa Bárbara percebe o aumento na quantidade de habitações no talude central do canal. A área pertence ao município e foi criada para facilitar o acesso do Sanep ao canal quando há necessidade de fazer a limpeza. Moradora do local há 14 anos, Andreia Lopes trabalha com reciclagem. Ela diz já ter sido procurada pela prefeitura para mudar-se para outra área, mas ficou receosa por questões de segurança diante da oferta, um loteamento. Apesar da precariedade da área onde vive, preferiu permanecer ali.

A proximidade do canal torna o cheiro de esgoto no ar forte. O chão irregular é formado por pedras e restos de plástico e papel, presentes pelo fato de a maioria dos habitantes trabalhar com reciclagem. Um deles, Paulo César Soares, divide a casa feita com tábuas de madeira com a esposa e os dois cães de estimação. O morador adquiriu a propriedade mesmo sabendo se tratar de local irregular para moradia. “Era aqui ou embaixo da ponte”, resume. Ele garante nunca ter sido procurado por nenhum órgão público para mudar-se, mas garante estar disposto a conversar, se isso envolver a disponibilização de outra área. “Viver aqui não dá. Se alguém me desse qualquer outro buraco, eu com certeza ia.”

Na outra margem, próximo à avenida João Goulart, o comerciante Rafael Añaña habita uma propriedade completamente legalizada. Morador desde 2010, possui alvará para sua empresa de revenda de carros e toda a documentação da aquisição do imóvel.

O que dizem as secretarias
Quanto ao espaço onde trabalha Rafael, o secretário de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana, Jacques Reydams, confirma tratar-se realmente de uma área dividida entre propriedades privadas, federais e do município. Já na do talude, uma ação feita há cerca de três meses teria ocorrido para notificar os moradores, com prazo para a saída de 30, 60 ou 90 dias. Já o secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Ubirajara Leal, diz não haver nenhum projeto para realocar os ocupantes que ainda permanecem nestas áreas públicas. Um funcionário da secretaria afirma ter havido retirada anterior de moradores, com estes sendo realocados no Loteamento Mauá. No entanto, alguns se recusaram a ir e outros acabaram voltando após algum tempo.

Limpeza do canal
De acordo com o diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia, na prática as habitações não atrapalham o serviço de limpeza, que costuma ser feito em épocas de baixa do canal, por questões de facilidade e segurança. Dessa forma, só em caso de cheia seria necessário o acesso por este talude. O risco maior é alguma intervenção acabar desestabilizando a estrutura.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Um mês de alerta vermelho Anterior

Um mês de alerta vermelho

Campanha da Ecosul alerta para uso do farol nas rodovias Próximo

Campanha da Ecosul alerta para uso do farol nas rodovias

Deixe seu comentário