Memória
História de Pelotas exposta no porão
Museu da Bibliotheca Pública Pelotense guarda parte da memória da cidade e encanta aqueles que visitam o espaço
Jô Folha -
O porão da Bibliotheca Pública Pelotense (BPP) transformou-se, há cinco anos, em importante espaço para a memória da cidade. Se em outros prédios históricos o subsolo remete ao local onde ficavam os escravos, na Bibliotheca ele guarda os objetos que fizeram parte do desenvolvimento do município. Estudantes, turistas e comunidade em geral costumam ir ao local para conhecer e se encantar pela história de Pelotas.
Dividem o espaço o Museu Histórico e o Espaço de Arte Mello da Costa, que conta com exposições mensais temáticas. No mês do lançamento do livro Bibliotheca Pública Pelotense, do jornalista Klécio Santos, e dos 142 anos do prédio histórico, o tema não poderia ser outro. Fotos contando a história da BPP são encontradas por lá. Outra atração é um mural de recados dos visitantes. A museóloga do local Janaína Rangel explica que esse retorno do público é parte fundamental ao sucesso do trabalho.
No museu, os objetos encontrados são os mais diversos. Segundo a museóloga, os itens que mais chamam a atenção dos visitantes são uma estátua do busto e as faixas de Miss Pelotas, Miss Brasil e Miss Universo da pelotense Yolanda Pereira, a primeira brasileira a receber o título máximo de beleza. Além deles, resquícios de guerra como armas da Revolução Farroupilha e da Segunda Guerra Mundial também impressionam quem passa no local.
A visita da Família Real Portuguesa ao município está eternizada no Museu Histórico. Uma colcha utilizada pela corte lusitana integra o acervo, posta sobre a cama pintada pelo restaurador pelotense Adail Bento Costa. Louças utilizadas pela nobreza também podem ser vistas pelo público. Artigos comuns na vida das mulheres do século 20, como leques, escova frisadora (instrumento para cachear os cabelos) e vestidos longos, chamam a atenção especialmente do público feminino.
O espaço é local de estudos para alunos dos ensinos Fundamental, Médio e Superior. "É um lugar multitemático", enfatiza Janaína. Mimeógrafos, máquinas de escrever, gramofones... Se despertam lembranças em algumas gerações, causam curiosidade nos mais novos. São objetos não muito antigos, mas que sofreram grande transformação ao longo dos últimos anos, pontua a museóloga.
A história da própria Bibliotheca também é contada no museu. A partir de 1877, a BPP passou a oferecer cursos noturnos de alfabetização para operários. "Existia uma grande necessidade de espalhar o conhecimento", explica Janaína. Classes usadas nessas aulas podem ser conferidas na exposição. O prédio, aliás, sempre teve o intuito de receber e acolher os cidadãos. "A Bibliotheca é a casa do pelotense", classifica a presidente da instituição Lisarb Crespo da Costa.
A serviço da cultura
Historicamente, a Bibliotheca Pública Pelotense é um centro dedicado a vários tipos de manifestações culturais. O Espaço de Arte Mello da Costa, de acordo com Lisarb, ressalta esse papel da instituição. "É um espaço para pessoas comuns exporem seus trabalhos", resume. Desde 2002, quando assumiu a presidência, dedica-se a restaurar a Bibliotheca, mas não só fisicamente. "Queremos resgatar o prestígio junto à comunidade pelotense", projeta.
O Museu Histórico da Bibliotheca Pública Pelotense funciona segundas e quartas-feiras das 9h às 13h e terças, quintas e sextas-feiras das 13h às 18h. A entrada é gratuita.
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