Sofrimento
Hora de contabilizar os estragos
Pelo menos 31 casas foram danificadas pelo temporal do final de semana; duas pessoas se feriram e uma criança está hospitalizada
Paulo Rossi -
Por: Lucas Kurz e Mariana Hallal
[email protected] e [email protected]
Após os temporais do último final de semana, chegou a hora de contabilizar os estragos. A distribuição de energia elétrica ainda não foi completamente reestabelecida na região. Além disso, ainda há falta de água em pontos específicos. A Defesa Civil contabiliza mais de 30 casas danificadas. O Corpo de Bombeiros trabalha na retirada de árvores e postes caídos sobre a via pública. Desta vez, o problema maior não foi a chuva, mas o vento. A precipitação registrada foi de 54,1 mm, segundo o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPMet - UFPel). Já as rajadas de vento chegaram a 111,2 km/h, derrubando árvores, postes e destelhando casas.
A Defesa Civil segue monitorando a situação das residências. Até o momento, 31 lares contabilizam estragos em 14 localidades diferentes. Duas pessoas ficaram feridas. Uma delas é a menina Estefany, de apenas dois anos. A mãe, Aline Trindade Duarte, 23, dormia na casa com o marido e as outras duas filhas, de dois meses e cinco anos de idade, quando o temporal chegou na madrugada de sábado para domingo. Foram cerca de dois minutos de vento forte, o suficiente para arrancar boa parte das telhas de Brasilit, além das estruturas de madeira e tijolos da casa de três cômodos localizada na Vila Princesa, Zona Norte de Pelotas. No meio da confusão, a filha do meio começou a chorar e apenas no hospital foi percebido o afundamento no crânio, escondido pelos cabelos. Ela passou por cirurgia, está na UTI e seu estado é estável, segundo a mãe.
A família, agora, busca ajuda. Como Aline e o marido estão desempregados e viviam apenas de seguro desemprego, a situação ficou ainda mais compliacada. A casa, com aluguel no valor de R$ 300,00 mensais, foi abandonada por eles. Boa parte dos móveis e bens foram perdidos com o temporal. "O pouquinho que a gente tinha, perdeu", lamenta. Eles agora vivem com um vizinho enquanto aguardam doações. Aline espera conseguir materiais de construção o suficiente para construir uma casa nos fundos da propriedade de seu pai, na Sanga Funda. (Confira no quadro como ajudar).
Trabalhos continuam
A Defesa Civil forneceu lona e telhas para os moradores. A situação mais crítica foi encontrada na Barra, onde 12 residências ficaram danificadas. O órgão pode ser contatado 24 horas pelo telefone 153. Um novo parecer deve ser divulgado nesta terça-feira (25).
Luz e água
A CEEE informou que pelo menos 11 mil residências na Região Sul do Estado seguiam sem luz até a tarde desta segunda-feira. O Sanep garante que, no momento, apenas a Colônia Z-3 segue sem abastecimento de água por motivos ligados ao temporal, uma vez que a luz ainda não retornou na localidade e por isso as bombas não conseguem levar água à região. O Corpo de Bombeiros trabalha na retirada de árvores e postes da via pública. A Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) está fazendo o levantamento do número de árvores derrubadas pelos fortes ventos.
No Campus Capão do Leão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), as aulas serão retomadas normalmente nesta terça, após cancelamento. A energia foi reestabelecida, segundo nota publicada pela instituição.
Alerta ligado
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta laranja, que significa perigo, para todo o Rio Grande do Sul nesta segunda e terça-feira. A previsão do órgão é de chuva entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (de 60 a 100 km/h) e queda de granizo. Há risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de árvores e de alagamentos.
Em caso de rajadas de vento, o Inmet aconselha que as pessoas mantenham-se afastadas de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas. Os veículos não devem ser estacionados próximos a torres de transmissão e placas de propaganda porque podem ser atingidos.
Para evitar prejuízos, o instituto orienta que aparelhos elétricos sejam desligados. Se possível, é aconselhável que se desligue também o quadro geral de energia. Mais informações podem ser obtidas junto à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros.
Como ajudar?
A família de Aline está morando com vizinhos. Doações podem ser entregues no número 3010 da Rua 11 da Vila Princesa, ao lado da casa que foi danificada. A residência de seu pai, onde pretende construir sua casa, fica no número 7245 da avenida Ildefonso Simões Lopes, na Sanga Funda. Além disso, a Secretaria de Assistência Social (Sas) está recolhendo e distribuindo doações. O órgão fica na Rua Marechal Deodoro, 404.
Telefones úteis
CEEE: 0800 721 2333
Corpo de Bombeiros: 193
Defesa Civil: 153
Sanep: 3026-1144 ou 115 (emergências)
Secretaria de Assistência Social: 3309-3600
Residência onde Aline está morando: 98469-1814 e 99949-9533 (Falar com Luis)
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