Saúde

Hospital Regional 100% SUS é tema de audiência pública

O objetivo da reunião era conseguir verba para viabilizar a obra

Paulo Rossi -

Uma audiência pública debateu a construção do novo Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), na tarde desta segunda-feira (18), no plenário da Câmara de Vereadores. A mobilização em torno do tema se arrasta por, pelo menos, 25 anos. O principal empecilho para a efetivação da obra é a falta de verba. Atualmente, o hospital funciona em um prédio alugado da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas.

O objetivo da reunião era juntar força política para viabilizar a construção do hospital - o primeiro 100% SUS da região. Uma frente parlamentar federal sobre o tema foi articulada pelo deputado Pompeo de Mattos (PDT) e deve ser lançada no dia 9 de julho. A UFPel não possui recursos próprios para realizar a obra. De acordo com o reitor Pedro Hallal, a principal maneira de conseguir o dinheiro necessário é através de emendas parlamentares. São necessários cerca de R$ 200 milhões para a construção dos blocos 1 e 2.

As obras do bloco 3, destinado à oncologia, já foram iniciadas. Faltam R$ 7,5 milhões para concluir os 25% restantes. Durante a audiência, Hallal frisou que a prioridade da universidade é a construção dessa unidade. "Se sairmos desta reunião com a verba do bloco 3 garantida, já teremos uma grande conquista", comentou. O deputado Pompeo, presente no encontro, sugeriu que cada um dos 34 congressistas gaúchos destine R$ 200 mil de sua verba anual para a obra e se comprometeu a articular este apoio.

A difícil situação financeira dos hospitais da região também foi comentada na audiência. O deputado estadual Zé Nunes (PT) falou no plenário que a construção do HE não inviabiliza a existência dos pequenos e médios hospitais da região. "Eles devem ser complementares", comentou. Nunes também pediu que o bloco 3 seja concluído o mais breve possível. "É inadmissível que uma pessoa com câncer espere mais de 50 dias para começar o tratamento", apontou.

Um longo caminho
O primeiro passo concreto em direção à construção do hospital foi dado em 1993. Na época, um projeto preliminar foi desenvolvido. Desde lá, duas licitações já foram efetivadas e dois novos projetos surgiram. O atual contempla a construção de um complexo dividido em três blocos e com 364 leitos. Os números podem ser alterados, dependendo da demanda por atendimento em saúde na região no momento em que o hospital for viabilizado.

A superintendente do Hospital-Escola da UFPel, Vera Silveira, falou na audiência que as atuais necessidades do HE são parar de pagar aluguel, concentrar os serviços em um único local, adequar-se às normas técnicas e ampliar o número de leitos e de serviços oferecidos. Atualmente, o hospital custa R$ 100 mil por mês só de aluguel, está espalhado por pelo menos três bairros e possui 175 leitos. O terreno onde deve ser construído o novo HE é próximo à Rodoviária, o que facilitaria a chegada de pacientes de outros municípios.

Também estiveram presentes na audiência os deputados estaduais Catarina Paladini (PSB) e Pedro Pereira (PSDB), os ex-reitores da UFPel Mauro Del Pino e Cesar Borges, os secretários de Saúde Diego Espíndola (Piratini) e Arita Bergmann (São Lourenço do Sul), o titular da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde Gabriel Andina, a ex-diretora do Hospital-Escola Julieta Fripp, o presidente do Conselho Municipal de Saúde Luiz Guilherme Belletti e os vereadores Fabrício Tavares (PSD) e Marcola (PT). A audiência foi proposta pelo vereador Marcus Cunha (PDT).

 

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